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Zona Franca

Conversa com o grupo de críticos do Paço das Artes, com a presença de Carlos Eduardo Riccioppo, Cauê Alves, Fernanda Albuquerque e Marcio Harum, mediados por Mario Gioia e contando com a participação de Claudio Cretti e Priscila ArantesUm exercício de metacrítica. Assim a diretora técnica do Paço das Artes, Priscila Arantes, definiu junto ao grupo de críticos da instituição o que vem a seguir, quando surgiu, em fevereiro de 2010, a ideia de um texto que —œamarrasse— e comentasse a atuação dos críticos na Temporada de Projetos. Carlos Eduardo Riccioppo, Cauê Alves, Fernanda Albuquerque e Marcio Harum se reuniram em junho de 2010 para uma conversa sobre o exercício da crítica na Temporada e também opinaram sobre outros assuntos mais amplos, como a situação do debate público de artes visuais no meio nacional, as possibilidades de diálogos mais estreitos com o público e as relações cotidianas com os artistas. Foi uma primeira iniciativa, que pode gerar resultados mais fecundos, como os citados mais ao final do texto, relacionando as bem-sucedidas Maratonas de Críticos, a própria Temporada e um futuro projeto de residência artística. Arantes e Claudio Cretti, coordenador do núcleo educativo da instituição, também estiveram presentes no bate-papo, mediado por Mario Gioia.A seguir, a transcrição da conversa, que se propôs bastante livre.Cauê Alves —“ Comecei a pensar o sentido e os limites da crítica de arte que se faz na Temporada de Projetos. Não é uma crítica que fazemos de um trabalho visto numa exposição —˜x—™ sobre o qual damos uma opinião autônoma. Não, estamos dentro de uma instituição e acompanhamos o trabalho do artista. Acho que tem de ser feita a separação da crítica interna ao trabalho, já que acompanhamos de perto os artistas, e da crítica autônoma, livre, independente. Talvez autônoma seja a melhor definição.A crítica que fazemos propõe uma experiência de parceria com o artista, e isso é o importante. Junto com o artista, trocando ideias. Nesse sentido, nós, críticos, não escolhemos só o trabalho; pensamos com o trabalho, o que é muito diferente. Em um tête-à-tête com o artista, por uma troca, uma experiência. É significativo para os dois lados.Falando com algumas pessoas, percebo que a crítica de arte ‘autônoma’ também se amoleceu nos grandes jornais. Você, Mario, que trabalhou anos em um grande jornal, pode falar mais sobre essa questão. O espaço do jornal não é efetivamente o espaço para a crítica de arte. É um espaço para reportagens, notícias, são raríssimos os textos críticos propriamente ditos.Por outro lado, os catálogos de exposições, seja da Temporada de Projetos ou de outras exposições, com textos de curadores, acabam ocupando o lugar da crítica de arte. Deslocaram-se dos grandes meios de comunicação e foram para dentro das instituições, com uma proximidade maior da curadoria e dos trabalhos de arte.Fernanda Albuquerque – E em publicações especializadas também.Cauê – Independentes, que saem de grupos, como as revistas Número e Tatuí. Acabou havendo a busca por outros espaços e por outras atuações mais institucionais.Priscila Arantes —“ O que me parece interessante é essa crítica em processo. Nas primeiras edições da Temporada de Projetos, havia um só texto crítico, que acompanhava o folder. Com o amadurecimento do projeto, a crítica passou a ser vista como um processo. Um primeiro texto que, depois, vai se ressignificando e vira outra coisa, para uma publicação. Um processo que cada crítico estabelece com o artista. São três momentos distintos: textos para o folder da exposição, para o website do Paço das Artes e para o catálogo anual da Temporada de Projetos. Para mim, como público, seria muito interessante ter acesso à constituição desse processo. O grupo de críticos formado por vocês pode virar uma fonte de debates a partir da formação de um grupo de estudos e de discussões em comum.Fernanda – Faz mais sentido que essa conversa se dê a partir da nossa experiência, do trabalho que fazemos de acompanhamento do artista; olhar para esses trabalhos em diferentes momentos e sob diferentes aspectos, a partir de diferentes estratégias de escrita e fazer um texto, uma entrevista e por aí vai. Faz mais sentido para a gente partir de um chão comum, de uma experiência de troca.O Centro Cultural São Paulo (CCSP), onde há um grupo de crítica desde 2002, realiza um trabalho parecido com o do Paço das Artes. Sete críticos escrevem sobre 21 artistas. A experiência que tive por lá, durante dois anos, permitiu implementar duas novidades. A primeira, convidar o grupo de críticos para ter uma experiência curatorial na instituição. Resultou em uma, chamada Passagens secretas. A ideia era trazer o grupo mais para perto da instituição, mas acabou ocasionando um problema. Concentramo-nos na exposição e a atividade base dos críticos, acompanhar os artistas, era só discutida no final dos encontros. Neste ano, decidiu-se voltar ao modelo original, concentrar a atividade de acompanhamento crítico.As reuniões coletivas são de imersão, têm uma semana de duração e acontecem três meses antes da exposição de cada grupo. Abrem-se os projetos, há a discussão com os artistas, algo que acontece bastante na Argentina, que eles chamam de —œclínicas— (mas lá ocorrem várias vezes ao ano). Aqui, como há artistas de Recife, de Curitiba e de outras cidades, não há como trazê-los várias vezes.Claudio Cretti —“ Como a Temporada de Projetos faz uma seleção a partir do edital, os artistas e os curadores mandam o portfólio, e não apenas o projeto específico que pretendem ver exposto. Este é um ponto interessante: o crítico pode eleger o artista/curador que irá acompanhar a partir do material completo que ele envia, e não necessariamente pelo trabalho, já que muitas vezes ele é finalizado durante a interlocução entre o crítico selecionado e o artista.Priscila —“ A seleção dos projetos pelo júri é bastante delicado, pois envolve a análise não apenas da qualidade conceitual, mas também da relação da obra ou do projeto curatorial com a arte contemporânea e da viabilidade financeira. Se o artista propõe uma coisa genial, mas que seja inviável, não será selecionado.Cauê – Lembro que nas seleções, muitas vezes, vendo o portfólio, falávamos, “Que artista legal, mas o projeto não tem nada a ver com o percurso dele”. E os de fora de São Paulo parecem querer fazer uma retrospectiva, uma megaindividual trazendo dez anos de produção.Priscila – Enxergo o que vocês estão discutindo em um edital de residência artística, que é um projeto que pretendemos implementar. Nele, seria possível escolher o artista não por uma obra ou um projeto, que pode mudar durante o processo, no decorrer diálogo que ele tem com as pessoas envolvidas. Cauê – Na maioria das vezes, temos que escrever textos sem termos visto o trabalho. É muito comum em todo lugar. Não tem saída, o texto deve estar pronto para a exposição. O legal do formato da Temporada é que a gente tem a possibilidade de fazer outros textos a posteriori.Fernanda – É uma crítica não necessariamente a favor e que fornece contexto, mais que nada. Seja o da obra, de onde ele veio e para onde ele está apontando. Ou que tipo de reflexão sobre o mundo, a cidade onde vive, o contexto político particular etc.Cauê – Sim, parte de uma adesão prévia. A instituição faz o convite e é possível topar ou não. No Paço, muitos anos atrás, convidaram-me para escrever sobre uma artista. Fui ao ateliê, escrevi um texto sobre o que achei. A artista ficou com os cabelos em pé, que não era nada daquilo, não tinha entendido. De fato, fiz várias críticas ao trabalho. Foi importante para mim na época, estava no Paço, no CCSP, no Centro Cultural Maria Antonia, e aquilo tinha chegado ao limite. Concordei com a artista, não publiquei o texto, chamaram outro crítico para fazer. Passaram-se três anos, ela me chamou de novo, mas não pude fazer por falta de tempo.Esse espaço do folder é o espaço do artista. Tem limitações, mas não acho que prejudicam o trabalho. O artista tem de saber que o trabalho dele é um e o meu é outro. O resultado final do texto cabe a mim. Não estou sendo ingênuo a ponto de achar que a liberdade que se tem escrevendo em um jornal, por exemplo, é a mesma que se tem no meio institucional.Claudio – Esse exercício de pensar a crítica dentro da instituição tem de levar em conta também que há condicionantes quando você escreve para uma publicação institucional.Carlos Eduardo Riccioppo – Concordo com você, Claudio, você tem que pensar o trabalho em condições claras; as condições da produção serão as mesmas da crítica, terão os mesmos problemas. Mas, por mais que eu goste de um trabalho e esteja junto dele, não necessariamente estou aderindo a ele. Não sei se tal adesão é imediata.Fernanda – O fato de se aproximar do trabalho, escrever um texto sobre, tomar seu tempo com ele e contextualizá-lo, para mim já é uma afirmação que vale a pena escrever sobre aquilo. Acho que há casos em que não vale a pena, não há uma legitimação, não há um destaque mínimo.Cauê – Quero te ouvir, Mario [risos]. A crítica de jornal pressupõe a existência de uma agenda institucional, do acompanhamento do que está acontecendo no mundo, nas galerias, nas feiras e nos museus. Qual a autonomia da crítica institucional, o Claudio questionou. A resposta é: a mesma que o artista tem.Tradicionalmente, presumia-se que o jornal tem mais autonomia; a instituição, menos. Mas, em todos os jornais, há uma obrigatoriedade em todas as redações de acompanhar tal agenda, e ela é alimentada também por motivações de marketing cultural, do merchandising, da Lei Rouanet e de um punhado de outras coisas. Não há uma autonomia plena.Priscila – Ninguém é isento totalmente; isso não existe. Mas o jornal também não acompanha tudo, há exposições que abrem e fecham sem que seja publicada uma linha.Cauê – Mario, como se dão as escolhas de pauta em um grande jornal? O jornal te dá toda autonomia?Mario Gioia – Bom, posso falar por minha experiência de quase seis anos na Ilustrada, o caderno cultural da Folha de São Paulo. Falando dessa agenda cultural, posso adiantar que é um problema complexo, pois São Paulo tem muitas instituições, galerias, eventos, mostras. E cada vez mais as assessorias de imprensa ficam fortalecidas, vendem bem o “peixe” delas. Mas, indubitavelmente, em todos os grandes veículos, incluindo jornais e revistas, o espaço foi diminuído. E as artes visuais têm de competir por um espaço disputado com cinema, música, literatura, teatro, dança e até Internet. Mas muito do que é publicado vem do perfil do editor do caderno. Um exemplo concreto é um dos meus ex-editores – tive três-, o Marcos Augusto Gonçalves, afeito às artes plásticas e que, durante sua gestão, de aproximadamente dois anos e meio, nunca publicou tanto sobre artes visuais. Ao mesmo tempo, a Ilustrada pede mais textos de reportagem, mais objetivos, enquanto minhas colaborações para o caderno Mais pediam um texto mais elaborado, analítico, aprofundado. Anúncios e publicidade em geral são geridos em instâncias diferentes na empresa. Um projeto gráfico como esse atual da Folha, em minha opinião, prejudica o texto, com aquele corpo grande e horrível. E também o jornal busca uma diferenciação da Internet, emitindo textos opinativos, o que aumenta a esquizofrenia do veículo. Obviamente, a direção de redação e a secretaria de redação fazem seus pedidos diários, os mais diversos, determinando ao menos parte do que é publicado.  Isso não vem do que repórteres e redatores, em suas áreas, sugerem. Mas quem determina o espaço e o enfoque é o editor.Cauê – Mas as assessorias de imprensa determinam algo? O espaço, os anúncios?Mario – Os anúncios não se misturam à parte editorial. Obviamente, o que é mais midiático, jornalístico e as exposições mais caras tendem a ganhar mais espaço. Mas não são apenas questões financeiras; há muitas relações de amizade que definem as pautas que são publicadas. O diretor de redação tem, os editores têm, os repórteres têm, os pauteiros têm, os críticos têm, todos se aproximam de certos círculos. Eu, iniciante na produção de textos institucionais, estou em meu primeiro ano, posso afirmar que, em razão da diminuição de espaço para a crítica em veículos tradicionais, há uma normal migração desse tipo de texto para o meio institucional e para canais alternativos, como a web, os grupos de discussão e as publicações especializadas. É perceptível a formação de novos grupos e espaços para o debate artístico, como o Ateliê Fidalga e o Ateliê 397, em São Paulo, só para citar alguns. Fernanda – Na crítica de jornal, há alguns elementos que influenciam como ela se dá típicos do jornalismo; não se dá pelos parâmetros da crítica cultural. Há essa história de se pautar pela agenda, seguir o mundo, o atual. A ideia da polêmica como foco do interesse jornalístico vem de um ponto de partida básico na atividade, o de ouvir os dois lados. Há essa crença de que, se você ouve os dois lados e eles discordam, são antagônicos, isso é notícia. Polêmica é o que o jornalista busca, o furo. Mas eu acho que não faz sentido que o jornalismo cultural se paute por essas mesmas crenças. Não é esse tratamento que potencializa um debate mais interessante sobre a vida cultural.Trabalhei na revista Aplauso, especializada em cultura no Rio Grande do Sul. Eu propunha certas pautas e ouvia: “Isso não é quente, não tem polêmica” ou “Não estou vendo notícia”. Outra coisa que pauta o jornalismo é o senso comum, e tudo o que não deveria acontecer no jornalismo é a reafirmação do senso comum. E o editor, boa parte das vezes, personifica o senso comum do senso comum.Cauê – Na maioria das vezes.Fernanda —“ Certa vez, colocaram como título de um texto que fiz A perplexidade da crítica, uma coisa mais vendável, polêmica.Mario – E há “ondas” em cada veículo. Antes de sair do jornal, esse viés polêmico voltou com força para a cobertura cultural. Para ser publicado, você tinha que criar estratagemas para “apimentar” o que sairia. Você não poderia escrever sobre, por exemplo, a abertura de um artista em uma galeria, mesmo sendo ele muito importante e com uma produção contemporânea forte. Teria que haver uma tese, juntar elementos de outras coisas, mil malabarismos. Fui até repreendido em uma capa que fiz sobre mostra do Mauro Restiffe em Madri, no Photoespaña, supostamente por ser muito positiva ao artista. O Photoespaña é um dos principais eventos de fotografia e artes visuais no mundo, conversei com curadores importantes, mas isso não foi levado em conta.Cauê —“ Lembro-me de uma matéria sobre exposição com minha curadoria sobre o Hélio Oiticica no IAC (Instituto de Arte Contemporânea), e a tônica da matéria relacionava o incêndio no acervo do artista, ocorrido à época, o novo pavilhão em Inhotim e a minha mostra [o texto referido é Museus correm para expor Oiticica e foi publicado na Ilustrada, em 7 de novembro de 2009]. A exposição no IAC tinha sido concebida seis meses antes, não tinha nada a ver com uma aceleração de agenda. Foi um bem-bolado para suprir as exigências dessa pauta.Carlos Eduardo – O que me mobiliza pensar, nesse sentido, é o fenômeno do trabalho artístico dentro do espaço público e até que ponto ele tem dado conta (historicamente, desconfio que sim) dessa projeção. Sempre reclamamos do pouco espaço, da publicidade, mas eu me policio para não cair numa lamentação. Nós, críticos, falamos de uma coisa absolutamente fundamental para a sociedade? Boa parte dos trabalhos dos quais gosto na cidade têm uma relação absolutamente problemática, sem uma penetração com o público.Cauê – Mas não é um problema da crítica em si. O fato de um editor de um caderno cultural não saber nada de artes visuais, do que se trata, não é um problema só dele, é um problema de toda a população.O futebol não é o melhor exemplo, mas serve. Todo mundo tem uma certa noção, não vai entrar um completo perna-de-pau na seleção brasileira, as pessoas reagiriam. Há, então, um debate público colocado.Nas artes visuais, falta esse debate, esse adensamento crítico que dê conta de uma diferenciação.Mario – Até fenômenos locais não conseguem ser “rastreados” pelos grandes veículos. A exposição do Cartier-Bresson, em 2009, no Sesc Pinheiros, teve um público imenso, que, pelo que eu lembre, não teve nada discutido por jornais e revistas à altura. Afinal, por que esse interesse por Bresson e nem tanto por Matisse?Fernanda —“ Em um caderno de cultura, dentro do qual se pretende olhar o que é relevante na produção e na exibição culturais da cidade, acho que deve haver, dando um exemplo, espaço maior para mostras de nomes como o Schwitters, que houve na Pinacoteca, um superartista, mas não tão conhecido assim.Cauê – Aqui há exposições muitíssimo visitadas. Há a Bienal também que, com exceção da edição de 2008, teve visitação enorme. Não são todas as galerias e instituições que estão dentro dessa indústria cultural, mas há fenômenos, como Inhotim. Tem de ser pensado. Lá é só arte contemporânea, não tem modernos. Antes, quem vinha de fora parava só na Bienal. Hoje, inclui Inhotim.Mario – Mas acho que uma de nossas funções é refletir como nossa atividade pode gerar complexidade, como a nossa atuação pode se opor a esse simplismo… não é fácil [risos].Cauê – A função dos nossos textos institucionais também é a de promover a aproximação com o público. Uma pessoa sai de uma exposição de arte contemporânea completamente baratinada, não entende nada. O texto dá luz, provoca questões, o pensamento. É difícil lidar com um público tão genérico. Afinal, escrevemos para quem? Quem é o nosso leitor principal? Em artes plásticas, podemos partir do pressuposto de que o nosso principal leitor é o artista.Tem crítico que fala que escreve para o artista, é com quem ele tem a maior troca, é onde está o maior interesse. Mas, se é para o artista, por que as publicações têm dois, três mil exemplares?Marcio Harum – Para mim, esse espaço para o público pode ser o website do Paço. Podemos subir em PDF a publicação, em que o leitor pode ter acesso a todo o nosso acompanhamento com o artista. Em 2009, todo meu processo de acompanhamento crítico com os artistas Laerte Ramos e a dupla Sergio Bonilha e Luciana Ohira foi disponibilizado online.Claudio – O grupo produz um texto para o folder, um para o site e outro para a publicação. Vocês são um grupo pequeno e essas discussões têm que ser comunicadas, chegar ao público. O Paço tem interesse nisso. Pode ir além da transcrição dessa conversa que será disponibilizada no site da instituição.Cauê – Acho que há uma proposta a se pensar. Durante o júri da Temporada, sempre há mais ou menos uns dez artistas que chegam quase lá. Talvez eles merecessem um acompanhamento. Hoje, quem sai na pré-seleção tem o mesmo retorno que esses dez, mais promissores.Claudio – Conversando com a Fernanda e o Marcio, veio a ideia de que poderia haver um acompanhamento contínuo de jovens artistas, talvez esses —˜quase selecionados—™.Cauê – Quanto à Maratona de Críticos que todos nós fizemos, nunca tinha feito essa experiência, mas valeria pensar mais a longo prazo. Retomar o mesmo grupo, depois de seis meses, com trabalhos diferentes.Marcio – Um acompanhamento ostensivo, preparatório talvez para esse projeto de residência.Cauê – É uma utopia, mas não custa pensar alto [risos]. Para a Temporada de Projetos, parte dos selecionados pode vir das Maratonas. Porque, ao menos nos júris dos quais participei, nunca vi um trabalho tão bem avaliado por todos como nessa Maratona que fiz. Lógico que o tempo é muito mais detido para ver a obra.Claudio – Podemos pensar em algo para realizar no próximo ano além desse texto que o Mario vai editar para o site.Fernanda – Por que a gente não publica esse texto em formato de conversa? Acho interessante.Cauê – Mais coisas podem ser discutidas outro dia.Mario Gioia Graduado pela ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo), foi o curador, em 2010, de Incompletudes (Galeria Virgílio) e Mediações (Galeria Motor), além de ter feito acompanhamento crítico do Ateliê Fidalga no Paço das Artes. Em 2009, fez as curadorias de Obra Menor (Ateliê 397) e Lugar Sim e Não (galeria Eduardo Fernandes). Foi repórter e redator de artes e arquitetura no caderno Ilustrada, no jornal Folha de São Paulo, de 2005 a 2009, e atualmente colabora para diversos veículos, como as revistas Bravo e Trópico e o portal UOL, além da revista hispano-portuguesa Dardo. É coautor de Roberto Mícoli (Bei Editora) e faz parte do grupo de críticos do Paço das Artes.
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