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Tautorama

Visitação

10/07/2013 a 15/09/2013

Com curadoria de Daniel Rangel, a exposição propõe a retirada dos painéis que separam o Paço das Artes de sua mata na área externa; saiba mais

—œDada a causa, a natureza produz o efeito no modo mais breve em que pode ser produzido.” Leonardo Da Vinci Tautorama é uma palavra inventada, fusão de tautologia (repetição de um mesmo pensamento, expresso de diferentes maneiras) e hórama (palavra grega que significa —œvista— ou —œespetáculo—). O artifício de somar significados e criar espelhamentos são características presentes no trabalho de Ana Tavares.Os vídeos que abrem a mostra são registros de uma memória distante, uma natureza intocada. As imagens em preto e branco e slow motion sugerem uma dilatação no tempo. A divisão em diferentes telas e a repetição das cenas propõe uma suspensão da velocidade cotidiana em que vivemos e com que chegamos neste espaço, neste instante. Um prenúncio que prepara o olhar. A sala principal revela, reflete e questiona. Revela o lado de fora, reflete o olhar da artista, questiona o próprio local expositivo. A retirada dos painéis que sempre taparam a visão exterior para quem estava no interior da sala foi o ponto de partida.O gesto, aparentemente simples, foi despertado pela busca de poesia atrás das falsas paredes e fora do próprio espaço. A ação resgata a história e a beleza natural do lugar. Um ato performático que causa uma reação instantânea.O revelar da exuberante natureza que circunda o prédio e a entrada franca da luz solar pelas vidraças do edifício são ecos da memória do local. Um resgate da proposta arquitetônica original de relação do prédio com o lado de fora, e vice-versa. E com o passado mais distante daquela área, que antes da construção era mata. O verde das plantas e a distribuição espontânea dos galhos, folhas e árvores criam um diálogo direto, quase um reflexo, com a série de fotografias —œAirshaft—. O emaranhamento geométrico e assimétrico das imagens e a tonalidade predominantemente verde e cinza formam uma espécie de floresta artificial e arquitetônica.As fotos ampliadas em grande escala, expostas de forma semicircular, criam um ambiente imersivo que mescla visões naturais e artificiais, seja no reflexo percebido ou em sua inexistência. Ambiguidade também presente na relação com o tempo: passado e presente; com o espaço: interno e externo; e com a velocidade: aceleração e contemplação.Afinal, a proposta é sentar, relaxar, respirar, observar, fruir e sentir a vista espetacular, sempre igual e diferente, o tautorama das diversas naturezas ao redor. Daniel Rangel
Curador
Governo do Estado de SP