Visitação
11/03/1999 a 03/04/1999
Na obra da artista não existe uma separação entre os desenhos e os objetos. Longe de ser apenas esboços ou projetos são etapas de um processo de desencadeamentos em que um desenho leva a um objeto, que por sua vez leva a uma instalação que pode levar novamente a um desenho.
(1) No livro A Dobra – Leibniz e o Barroco, de 1988, Gilles DeIeuze argumenta que os escritos de Leibniz, principalmente A MonadoIogia, constituem as bases de uma filosofia barroca e de teorias para se analisar as artes e a ciência. O conceito de mônada desenvolvido por Leibniz é visto por DeIeuze em termos de dobras no espaço e portanto abrange questões de movimento e tempo. Segundo DeIeuze, Leibniz teria antecipado o conceito contemporâneo de evento e também de História como sendo uma combinação multifacetada em movimento que se desdobram infinitamente.
(2) Severo Sarduy, romancista e ensaÃsta cubano, define o barroco não como um perÃodo especÃfico da história da cultura, mas como uma qualidade formal dos objetos que o exprimem. Neste sentido pode haver barroco em qualquer época. Em seu livro Barroco, Sarduy diz interpretar e praticar o barroco enquanto apoteose do artifÃcio, enquanto ironia e irrisão da natureza.
(3) Gillo Dorfles, em O Barroco na Arquitetura Moderna, vislumbra o advento do desarmônico e do assimétrico.
(4) Em seu livro A Idade Neobarroca, Omar CaIabrese identifica um modelo de articulação interna em qualquer elaboração cultural contemporânea, modelo este de caracterÃsticas neobarrocas. CaIabrese qualifica de neobarroca nossa época que, segundo ele, celebra o fragmentário e o labirÃntico.
(5) Anceschi, Luciano. A Ideia do Barroco.
* Carmela Gross foi artista convidada para a Temporada de Projetos 1999