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O Sonho – Hélice de Mãozinhas

Visitação

20/10/2000 a 12/11/2000

O corpo inerte e em movimento constrói polaridades e antagonismos – o negativo/positivo, as contradições do dia-a-dia, sonho e realidade, beleza e horror – que o olhar apressado revela apenas uma objetividade aparente das imagens.

A praia, para Frederico Dalton, é o espaço de investigação para a criação de uma narrativa visual e poética em que a produção de sentidos e significados múltiplos, de extrema sofisticação e complexidade estética, alia-se à simplicidade do meio tecnológico utilizado. A projeção de imagens, adotada como procedimento artístico, é um dos elementos constituintes da obra, articulando linguagens as mais variadas; a fotografia, a cinemática, a instalação e objetos que, agrupados a uma reflexão sociológica e psicológica, detonam antigos fantasmas e problemas da nossa cultura social e política, em que o cenário muda mas a cena se repete. 
Em A menina do saco, o artista utiliza apenas uma imagem, de uma criança que aparece carregando um saco plástico com latas de refrigerante e cerveja, projetada nas paredes da sala. O posicionamento do projetor giratório permite que a imagem seja ampliada gradativamente, deformando-se e sugerindo algo assustador e fantasmático. Na obra O Sonho – Hélice de Mãozinhas, podemos ver duas imagens do mesmo espaço físico. O registro fotográfico é realizado em dois tempos, e um desconhecido deitado sobre a areia, adormecido, permanece imóvel, enquanto a multidão se agita ao seu redor. A sobreposição das imagens e o movimento vibrante e contínuo são controlados pela hélice, que obstruindo ou libertando o quadro mantém apenas o protagonista, o qual se isola num sonho bom ou na fuga alucinada da realidade cotidiana. 
O corpo inerte e em movimento constrói polaridades e antagonismos – o negativo/positivo, as contradições do dia-a-dia, sonho e realidade, beleza e horror – que o olhar apressado revela apenas uma objetividade aparente das imagens. 
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