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“Malungas” | mostra de Ana Hupe

Visitação

10/04/2017 a 05/06/2017

A artista Ana Hupe conecta mulheres africanas residentes em São Paulo a latinas que moram em Berlim por meio de vídeos, retratos e áudio.

A artista Ana Hupe conecta mulheres africanas residentes em São Paulo a latinas que moram em Berlim na exposição Malungas. A mostra selecionada para a Temporada de Projetos do Paço das Artes será exibida de 25 de abril a 4 de junho no MIS (av. Europa, 158), onde a instituição da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo está sediada atualmente. No dia da abertura, a partir das 19h, a artista participa de uma visita guiada acompanhada pela crítica Juliana Gontijo, a conselheira dos imigrantes na Prefeitura Regional da Sé Louise Edimo e a diretora artística e curadora do Paço das Artes, Priscila Arantes.Leia bate-papo entre a artista e a crítica Juliana Gontijo

Tanto em São Paulo, quanto em Berlim, Ana Hupe fez um chamado para selecionar mulheres interessadas em participar de uma sessão de retratos e da leitura de um texto para vídeos que compõem a exposição.A artista conta que as fotos são inspiradas em retratos feitos por fotógrafos estrangeiros (principalmente alemães) da corte e de africanos escravizados no Brasil do século XIX. Os chamados cartões de visita, fotografias de 9 X 6cm, eram trocados e colecionados pela elite da época. “A ideia de Malungas é estender essa prática antiga dos cartões de visita, uma estratégia de visibilidade social,às imigrantes hoje, construindo a partir deles, um senso de coletividade entre as imigrantes africanas e afro-descendentes da cidade de São Paulo”, diz.A mostra traz também uma instalação com duas projeções. Na primeira, latino-americanas que vivem em Berlim leem trechos de textos sobre a percepção de estrangeiros do século XIX a respeito da mulher brasileira. Na outra, africanas residentes em São Paulo leem sobre a perspectiva estrangeira da mulher africana.Para Priscila Arantes, a exposição visa gerar reflexões em torno de temas urgentes. —œEsta exposição coloca as mulheres migrantes e refugiadas como protagonistas, além de dar voz às minorias. Com esta mostra, esperamos colocar em debate a intolerância, o preconceito e a misoginia tão em voga em nossa sociedade—.Segundo Ana Hupe, carioca que vive entre o Rio e Berlim, a exposição pretende colocar luz nos fluxos migratórios. —œO imigrante é um sujeito que deriva pela cidade estrangeira na falta. Não compreende todas as palavras do idioma novo, não domina o sistema econômico, cultural ou semiológico. Este devir imigrante está presente nos trabalhos de Malungas, compostos por palavras em espanhol, alemão, português e inglês—, diz a artista.
A exposição conta, ainda, com uma instalação composta por fotogramas (frases e imagens feitas em papel fotográfico) e um áudio que alude à experiência da artista no sistema de trabalho alemão.
 
—œMalunga— é uma palavra de origem africana, que significa —œcompanheira de viagem—, foi criada pelos africanos escravizados que chegaram ao Brasil no mesmo navio para chamar suas novas famílias. O projeto é uma continuação da pesquisa apresentada na exposição Leituras para mover o centro, em maio-junho de 2016 no CCBB-RJ, uma sala experimental de leitura que reunia dispositivos coletivos de leitura, onde diversos livros podiam ser abertos ao mesmo tempo, bibliotecas nômades e fotografias e textos de mulheres imigrantes negras que vivem no Rio e em Berlim, com seus livros favoritos.
Sobre a artista Ana Hupe vive entre Berlim e Rio de Janeiro, sua pesquisa localiza-se na fronteira entre escrita e artes visuais e atravessa situações sociais ligadas a práticas de descolonização e fluxos migratórios, reunindo uma contra-memória do arquivo colonial. É doutora em artes visuais pela UFRJ (2016), tendo feito um ano de pesquisa na Universität der Künste (2015), Berlim, com co-orientação da artista Prof. Dr. Hito Steyerl. Entre 2012 e 2014, lecionou na graduação em Artes Visuais da EBA-UFRJ. De 2009 a 2013, foi artista integrante do coletivo OPAVIVARÁ! Em 2017, apresenta a individual Malungas (Travel—™s Fellows, part I) na Gallery Mario Kreuzberg Berlin, e participa de residência na Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Em 2016, faz Leituras para mover o Centro, no CCBB-RJ, exposição parte do Prêmio CCBB de Arte Contemporânea e (Re) leituras para mover o centro, no Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica. Em 2015, fez as individuais Bordas borradas bordões borrões, na Portas Vilaseca Galeria, Rio de Janeiro, RJ e na SP-Arte; Entrelinha, curadoria de Julieta Roitman, Parque das Ruínas, Santa Teresa, FotoRio 2015; em 2014, O Verso, curadoria de Bernardo Mosqueira, galeria Ibeu, Rio de Janeiro. Sobre a Temporada de ProjetosA vocação experimental do Paço das Artes é constatada, principalmente, por meio da Temporada de Projetos, que foi criada com o objetivo de abrir espaço à produção, fomento e difusão da prática artística jovem. Concebida em 1996, a Temporada de Projetos teve sua primeira exposição realizada em 1997 e se tornou, ao longo dos anos, um rico celeiro para a cena da jovem arte contemporânea brasileira.Anualmente, a Temporada abre uma convocatória nacional selecionando nove projetos artísticos e um projeto de curadoria para serem desenvolvidos e produzidos com o respaldo do Paço das Artes. Os selecionados recebem acompanhamento crítico, a publicação de um catálogo sobre suas obras e um cachê de exibição. Desde seu surgimento, quando ainda era bienal (tornando-se anual em 2009), o programa possibilita a emergência de inúmeros artistas, curadores e críticos, muitos deles presentes na cena artística atual.Em 2014, o Paço das Artes lançou a plataforma digital MaPA: http://mapa.pacodasartes.org.br, concebida por Priscila Arantes, que reúne todos os artistas, curadores, críticos e membros do júri que passaram pela Temporada de Projetos. SERVIÇO 
Temporada de Projetos 2017 – Paço das ArtesArtista selecionado: Ana Hupe | MalungasAcompanhamento crítico: Juliana GontijoJúri: Benjamin Seroussi, Juliana Gontijo, Priscila Arantes, Solange Farkas e Vinícius SpricigoAbertura: 25 de abril de 2017* >> terça-feira >> 19h*Bate-papo e visita guiada com a artista, a crítica Juliana Gontijo, a conselheira dos imigrantes na Prefeitura Regional da Sé Louise Edimo e Priscila Arantes >> 19h30
Visitação: até 4 de junho de 2017Grátis Paço das Artes no MISAv. Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo/ SP; tel.: (11) 2117-4777Horários: terça a sábado, das 12h às 21h; domingo e feriado, das 11h às 20hAgendamentos de visitas orientadas: educativo@pacodasartes.org.brFale conosco: pacodasartes@pacodasartes.org.brwww.pacodasartes.org.brhttp://mapa.pacodasartes.org.br
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