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Esculpindo o espaço azul

Visitação

05/06/2002 a 30/06/2002

A bidimensionalidade aparente das formas – seu desenho e estrutura planar – está impregnada de uma tridimensionalidade latente. Sua expressão, um campo de projeções geométricas, é configuração estética para ver, ser e sonhar.

Esculpir o espaço. A definição pode causar um certo estranhamento ou passar por uma descrição imprecisa da obra que se apresenta ao visitante. Um ambiente impregnado pelo azul, de linhas tencionadas, formando geometrias impressas no vazio que invadem a constelação, Esculpindo o espaço azul.Fortemente influenciado pelas estéticas construtivas, o artista desenvolve suas pesquisas desde o inicio de 1990, elaborando propostas contaminadas por variadas técnicas, sem, no entanto, assumi-las como referencial inconteste de suas armações. O desenho, a pintura, a escultura e o objeto são fontes investigativas, que se cruzam, contaminando características consagradas da arte moderna, rompendo fronteiras formais – impostas por escolas e movimentos – e construindo, por meio de suas —œesculturas de armar—, a sua poética, sem cair em reducionismos e dogmas.Se por um lado o artista elimina o cubo branco, espaço de contemplação por excelência, por outro, elege o azul com o mesmo propósito, estabelecendo um elo de ligação entre obra, espaço e público. E azul, para que invada os sentidos, azul ativo, objeto de sensibilização. O artista determina a direção frontal, lateral e o campo de visão do espectador. Assim, impedindo a circulação pelas formas espaciais, aguçando nossos sentidos ópticos – que estabelecem novos contornos e formas geométricas -, completando os vazios e rompendo com os limites da percepção espacial e cromática ele nos faz —œesculpir— com os olhos.Economia de formas, o trabalho joga com o duplo sentido dos materiais empregados na composição, os fios dourados sustentados pelo nylon, vistos a distância, causam a ilusão de estar diante de rígidas estruturas metálicas que se agrupam, soltas no espaço. A bidimensionalidade aparente das formas – seu desenho e estrutura planar – está impregnada de uma tridimensionalidade latente. Sua expressão, um campo de projeções geométricas, é configuração estética para ver, ser e sonhar.  

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