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Diamantes

Visitação

24/06/1997 a 13/07/1997

O artista se apropria de estruturas de objetos retirados de seu universo pessoal, cheio de memória e objetos da infância. Os objetos aparentemente herméticos, quando observados e percebidos, podem tornar-se convidativos às nossas memórias e lembranças comuns.

São referências constantes nas esculturas de João Loureiro questões surgidas de seu universo pessoal, povoado de memórias e objetos da infância. O artista se apropria da estrutura de alguns desses objetos como o “Puf” desmembrando-o em gomos com os quais constrói novas formas que se estendem pelo chão. Algumas das esculturas referem-se a questões do universo católico, abordado através do mobiliário da igreja. O banco, o genuflexório, o confessionário recebem releituras críticas, tem suas formas e funções subvertidas pelo desenho do artista. O assento do banco fica inacessível à medida em que Loureiro o torna circular, sendo então só possível ajoelhar no longo genuflexório que nos é oferecido. Os pecados são aprisionados num confessionário sem saída, objeto de madeira com aparência quente e escala familiar. 

Sugestivas, essas obras possibilitam inúmeras leituras ao mesmo tempo que se conectam com a história da arte, com escultores como Donald Judd e Haim Steimbach cujo trabalho também circunda questões relativas à função dos objetos. João Loureiro, paulista, se forma na Faap em 1995, tendo sido aluno de Nelson Leirner, parece ter herdado deste o sarcasmo e a ironia no seu modo de pensar a arte. Os objetos aparentemente herméticos, quando observados e percebidos, podem tornar-se convidativos às nossas memórias e lembranças comuns.
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