Visitação
15/09/2002 a 13/10/2002
Trata-se, antes, de notar como os gestos e movimentos se constroem e projetam, como as causas determinam os efeitos e as narrativas se formam e se contam, como as pessoas e as coisas se portam durante o dia e à noite.
Parece que todas as coisas do mundo, construÃdas ou não pelo homem, suportam mais significados do que aqueles que as definem e mais funções do que aquelas que desempenham sem nenhum esforço. E cabe, agora sim, sempre ao homem, a tarefa de encontrar essas outras verdades latentes. Talvez o homem seja antes um observador, um detector de pulsões e potências, do que um inventor. Ou talvez o invento não esteja em lascar ou polir uma pedra até chamá-Ia roda, mas em notar como uma pedra, já redonda de tão gasta pelo tempo e pela água, roda mais rápido que um paralelepÃpedo desliza pela mesma encosta. Talvez sejam seus olhos, e os nervos que a partir deles atingem o cérebro, o que distancia o homem dos outros animais, e não o polegar opositor, como se pensa.