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Ars combinatoria

Visitação

27/03/2002 a 28/04/2002

O trabalho com peças de dominó sempre apresenta novas características, formas e variações cromáticas, resultantes da manipulação e das alterações conceituais propostas em cada exposição. A disposição das peças obedecem a critérios pré-definidos e às variadas dicotomias.

Montada por diversas vezes em museus e galerias, a série de trabalhos com peças de dominó, sempre apresenta novas características, formas e variações cromáticas, resultantes da manipulação e das alterações conceituais propostas em cada exposição. A disposição das peças obedecem a critérios pré-definidos e às variadas dicotomias como: organização e acaso, imprevisto e controle, construção e liberdade expressiva, objetividade e subjetividade, distribuição aleatória e matemática que são naturalmente abolidas e propositadamente reveladas ao expectador ao sabor das inúmeras interpretações e formas que possa adquirir. Se em algumas montagens, o acaso é determinante na construção e no resultado final da obra no espaço, em outras o artista pode requerer maior controle construtivo sobre as peças, agrupando-as por suas características intrínsecas: se coloridas, pela união entre as cores, se preto-branco, pelos números. O jogo tem a sua lógica, mas inesperadamente o acaso se faz presente. As deduções e o controle sobre a forma se esvai e na junção e justaposição dos contrários – lógica e acaso – o pensamento vaga entre as possibilidades e limitações da racionalidade, da construção e da liberdade expressiva, determinando o próximo movimento. A mão faz e refaz e cada unidade se multiplica no espaço em variadas formas, criando uma nova unidade que também é múltipla. Jogo dos contrários, para criar o que não existe, um novo plano. Fazendo um contraponto com outra série, 112 dominós de 1999-2000, na qual os objetos encontram-se fixados em um suporte de madeira, tornando-a uma obra imutável, aqui as 78.000 peças não estão presas, o que cria uma tensão entre o mutável e imutável, rigidez e fragilidade, ordem e caos, a obra e público. Esta não se quebra, mas, a qualquer toque se desfaz. Estranhamento e beleza. O mosaico de plástico colorido, feitura árdua e delicada, que se estende no chão ocupando o espaço e que nos faz ver e pensar a unidade e o múltiplo, o monocromatismo ou as variações cromáticas, que invadem nossa percepção em cinetismos de cores, luz e movimentos.   

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