Visitação
03/02/2015 a 23/03/2015
A obra site specific é composta por placas de vidro encostadas umas sobre as outras, que formam uma massa em um dos cantos do Espaço do Quadrado. O vÃdeo apresenta uma sequência de imagens em câmera lenta, que exibem a quebra de placas de vidro e queda dos peixes.
O Paço das Artes (instituição da Secretaria de Estado da Cultura) abre no dia 21 de fevereiro (sábado), Ã s 15h, a mostra —Vai que Vai—, de Ana Paula Oliveira no Espaço do Quadrado. A entrada é gratuita.
O Espaço do Quadrado foi criado em 2012 por Priscila Arantes, diretora técnica e curadora do Paço das Artes, para a realização de obras site specifics. —Convidamos a artista Ana Paula Oliveira a desenvolver uma instalação pensada especialmente para este espaço da galeria—, diz.
A obra é composta por aproximadamente 40 placas de vidro encostadas umas sobre as outras, que formam uma massa de vidro em um dos cantos do espaço. A artista explica que –entre as placas– peixes de chumbo e borracha grudados cumprem uma dupla função: os de borracha acomodam e amortecem o contato entre as placas, já os de chumbo dão peso e estabilidade ao conjunto. Segundo ela, a impressão é de que os peixes estão —subindo uma correnteza paralisada—.
Ana Paula Oliveira apresenta ainda um vÃdeo homônimo, na Sala de VÃdeo, no qual uma sequência de imagens em câmera lenta exibem o momento da quebra de placas de vidro, e a queda dos peixes de chumbo e de borracha. —São várias cenas, uma saindo da outra até finalizar num branco puro. Neste segundo momento da exposição, o que estava paralizado volta a ter movimento. Ã como se a minha ação na destruição devolvesse a vida ao conjuto que é apresentado no Espaço do Quadrado—, afirma a artista.
A artista Ana Paula Oliveira desenvolve, desde 2.000, uma pesquisa ligada à escultura em materiais e procedimentos que partem desde os mais tradicionais na História da Arte (mais precisamente a tradição da escultura), como o mármore e a fundição, associados a materiais ordinários e incomuns, como borrachas, pedras, vidro, plásticos e animais. Estes últimos aparecem em sua produção vivos, taxidermixados, fundidos em metal, ou ainda em referência sonora, em que mesmo o público não vendo o animal, é possÃvel criar artificialmente, segundo a artista, a presença desse animal.
Outra caracterÃstica marcante da obra de Ana Paula Oliveira é sensação de desequilÃbrio e desestabilidade das obras, resultado do convÃvio forçado de materiais que parecem não se aderir formalmente, mas que estão unidos de maneira simples, quase precária, em um jogo escultórico de estabilidade/instabilidade.
Saiba mais sobre a artista
Ana Paula Oliveira nasceu em Uberaba/MG em 1969, vive e trabalha em São Paulo. Em 1994, ingressou no curso de Artes Plásticas na FAAP. Fez suas primeiras exposições coletivas no MuBE, entre 1999 e 2001, organizadas pelas artistas Nazareth Pacheco e Laura Vinci. Em 2001, criou o espaço de experimentação 10,20 x 3,60 com o grupo Olho Seco, grupo que funcionava como cooperativa de artistas, que eventualmente se reunia para organizar mostras independentes. Participou da Temporada de Projetos do CCSP e lá ganhou seu primeiro prêmio aquisitivo. Desde então, apresenta suas obras em várias instituições como MAC de Campinas, Museu de Ribeirão Preto e Centro Universitário Maria Antonia. Entre as suas principais exposições individuais destacam-se as mostras na Capela do Morumbi, em 2001; Centro Universitário Mariantonia, 2003; na Galeria VirgÃlio, em 2007 e 2009; no Beco do Pinto, em São Paulo, em 2012; e na galeria Millan em 2013. Entre suas exposições coletivas recentes, destacam-se —Ponto de equilÃbrio—, curadoria Agnaldo Farias e Jacopo Viscontti Cristeli no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, 2010; —Nova Escultura Brasileira – Heranças e Diversidades—, na Caixa Cultural do Rio de Janeiro, 2011; —Instável—, no Paço das Artes em São Paulo, 2012; e —Os Culturofagistas—, curadoria de Mara Castilho e Eva Oddo, na Fábrica ASA em Guimarães — Portugal, 2012.