Visitação
02/08/2007 a 07/10/2007
As obras de Vik Muniz são resultado de uma intensa produção de instalações, objetos, pinturas e esculturas, mas seu objetivo final é sempre o registro fotográfico. No Paço das Artes havera duas séries, a Pictures of Junk, com 18 obras, e Pictures of Earth, com 24 obras.
Fios de alumÃnio, açúcar, linha, algodão, chocolate. Todos esses materiais já foram matéria-prima de desenho na produção artÃstica de Vik Muniz. Na exposição Beatiful Earth, em exibição a partir de 1º de agosto no Paço das Artes , o artista mostra duas séries de fotografias inéditas no Brasil — Pictures of Junk e Pictures of Earthwork —, com curadoria de Daniela Bousso. A fuga do óbvio em suas formas de representação, embora marca registrada do artista, continua a surpreender pela sensibilidade contemporânea e ousadia produtiva.Os materiais utilizados agora são lixo industrial e doméstico — que recriam cenas mitológicas de pinturas renascentistas, em Pictures of Junk — e gigantescos desenhos escavados em superfÃcies de terra batida, Pictures of Earthwork. As duas séries totalizam 42 obras e dialogam com a exibição de vÃdeos com os making offs da produção das imagens exibidas na mostra.As obras de Vik Muniz são resultado de uma intensa produção de instalações, objetos, pinturas e esculturas, mas seu objetivo final é sempre o registro fotográfico. “Em certo momento a fotografia me interessou tanto que passei a fazer objetos exclusivamente para que fossem fotografados”, afirma o artista, que também aponta seu gosto pelo “ilusionismo que pode ser desvendado”.Pictures of JunkAs 18 obras da série foram realizadas entre 2005 e 2006 com materiais como restos de brinquedos, latas de cerveja, pneus, peças eletrônicas, porcas, roldanas, fios elétricos — tudo minuciosamente disposto em um fundo de argamassa, compondo cenas da mitologia greco-romana. O ponto de partida são quadros emblemáticos de pintores como Tiziano (Sisyphus), Ingres ( Dedipus and Sphinx), Caravaggio (Narcissus), Rubens (Bacchus astride a Barrel), Velazquez (Mars, God of War ) e Goya (Saturn devouring one of his sons), que ganham cores e significação atuais pela natureza de sua composição “reciclável”. Um dos fundamentos da poética de Muniz — a contraposição entre a apreciação próxima e distanciada das obras — é um aspecto de destaque na série e convida a um movimento de investigação em relação a cada imagem.Pictures of EarthEm Pictures of Earth (2005)— que tem 24 fotografias exibidas no Paço das Artes — não só o resultado, como seu processo de produção são marcados pela escala de grandeza. A série de fotos, feitas a centenas de metros de altura, registram os desenhos feitos por Vik Muniz no solo de um extenso descampado. Para realizar os sulcos na terra, o artista mobilizou técnicos especializados, escavadeiras e horas de finalização com enxada para criar imagens aparentemente despretensiosas, como a de um osso, um dado e um avião de papel.