Um cais para Nino: a imagem na imagem

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07/07/2014 a 10/09/2014

Com aproximadamente 90 colagens e fotografias (autorretratos) —“além de dois objetos/instalações—“, a mostra será dividida em núcleos que fazem ressoar gêneros caros à pintura e à fotografia como retratos (individuais e coletivos), natureza morta, nus e paisagens; saiba mais

Dois segmentos da produção de Nino Cais: as colagens e os autorretratos. Eles efetuam operações contraditórias e, como em um sonho, parecem travar monólogos concomitantes num mesmo palco por um ator e seu duplo. Qual o verdadeiro entre eles, seria possível distingui-los? A pergunta não se coloca porque, de maneira irremediável, ambos são apenas um. Tal dissociação de procedimentos e propósitos em uma mesma poética parece ser o elemento constituinte da produção de Nino e, no limite, uma espécie de alegoria da nossa contemporaneidade.

As duas vertentes habitam a mesma subjetividade: moram em um mesmo Nino tese e antítese, sem nenhuma perspectiva aparente de síntese. Tal situação —“ cuja dimensão paradoxal pode assustar aqueles que se sentem a salvo pela suporta coerência emanada pela produção de determinados artistas —“ salta como desvio da norma instituída; daí a inquietação que nos causa. E justamente por vier se constituindo como um corpus poético que traz em si contradições impensáveis na obra de qualquer artista até há bem pouco tempo, é que a produção de Nino Cais pode ser considerada hoje uma das mais instigantes produções da cena artística.
Governo do Estado de SP