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Temporada de Projetos 2011

Visitação

30/11/-0001

Temporada de projetos 2011 inaugura sua terceira exposição com os projetos selecionados dos artistas Daniela Seixas, Felippe Mores e Ivan Grilo

Criada em 1997, a Temporada de Projetos chega em sua 9ª edição com um número recorde de inscritos. Dos foram 416 projetos recebidos, a maioria apresenta trabalhos em pintura e desenho, além de instalações e trabalhos em mídias digitais. O eixo Rio-São Paulo trouxe a maior parte das inscrições, e a região Sul do país teve alguns representantes.Daniela Seixas, Elisa de Magalhães, Felippe Moraes, Iara Freiberg, Ivan Grilo, Lais Myrrha, Rafael Alonso, o grupo formado por Lucas Arruda, Mariana Galender, Mariana Serri e o coletivo composto por Marina Camargo & Romy Pocztaruk são os artistas selecionados; Daniela Mattos teve seu projeto de curadoria contemplado. A pré-seleção ficou a cargo de Claudio Cretti, Danilo Oliveira, Fernanda Lopes, Josué Mattos e Paula Braga. O júri final foi composto por Alexandre Gabriel, Daniela Bousso, Elaine Caramella, Glória Ferreira, Josué Mattos e Priscila Arantes.A artista carioca Daniela Seixas foi selecionada com a proposta de exposição individual A riscar, composta por: 1- Sem título (vídeo): uma mão risca uma folha de papel em branco com caneta esferográfica azul, até preenchê-la por completo; 2- Projeto para mares, horizontes e afins: desenho-instalação realizado a partir do mesmo processo visto no vídeo; com o desenho colocado sobre uma mesa cujo tampo fica no nível dos olhos, torna-se um objeto, a ser observado em suas ondulações e propriedades físicas e formais; 3- Ensaios sobre falésias (instalação): uma linha é construída na parede com as cargas de canetas utilizadas no processo.A instalação A Vida dos outros – Parque Lage de Elisa de Magalhães consiste em —œuma experiência de filme-labirinto—, formada por fotos tiradas do apartamento da artista, das favelas que ficam no seu entorno, no Rio de Janeiro. Nas favelas cariocas, as coberturas das casas – as “lajes” – são transformadas em espaço de lazer, nos fins de semana. O labirinto de Elisa Magalhães remete à geografia das favelas cariocas. Suas ruelas e bifurcações, formadas por fotos, conduzem o espectador ao seu interior, mas sem a senha para chegar ao centro, que nada guarda, nem à saída.A exposição Construção é proposta pelo artista Felippe Moraes como uma metáfora da condição humana de ser uma obra em progresso. A área externa das paredes do núcleo da exposição será recoberta por tapumes, sobre os quais serão projetados vídeos da série Encarnado, em que um operário executa tarefas prosaicas, mas simbólicas, como subir escadas, acender e apagar luzes, atravessar portas. A área interna é preenchida por cinco trabalhos, que misturam desenho, instalação e projeção de vídeo.Iara Freiberg apresentou o projeto Invasão, em que pequenos ambientes arquitetônicos serão embutidos nas paredes, conectados entre si por longos corredores, multiplicando-se e espalhando-se pelo espaço, formando um minilabirinto. Ambientes inventados, espaços irreais, muitas vezes sem sentido e quase oníricos, ganham várias dimensões neste trabalho, levando o público a questionar sua relação com o espaço.Para a exposição Ninguém, o artista Ivan Grilo propõe três trabalhos inéditos. Comum união é uma instalação de parede constituída por 225 fotografias de arquivo familiar recortadas e recombinadas digitalmente. Identidade é um díptico de grande formato composto por dois trabalhos de impressão de carimbo-datador sobre papel vegetal, montados em caixa de madeira; com o carimbo, são desenhados retratos do início do século XX, período retratado em todas as obras da exposição. Aparição é um trabalho de aplicação de verniz spray diretamente na parede do espaço; a obra apresenta dois retratos de uma mulher em dois momentos, antes e depois de tornar-se freira.O vídeo Coluna infinita (do programa Zona de Instabilidade), que tem como referência A coluna infinita de Brancusi, apresenta a imagem de uma coluna formada pelo empilhamento contínuo de sacos de cimento. O vídeo da artista Lais Myrrha começa com a coluna já ocupando o limite da projeção. A sensação de que a pilha está crescendo se dá pela oscilação causada pelo aumento da compressão dos sacos de cimento, pela formação de nuvens de pó de cimento e pelo áudio. A coluna nunca irá tombar, apesar da constante expectativa da derrocada.O projeto selecionado, Paisagens à margem, consiste em uma exposição coletiva composta por obras dos jovens artistas paulistanos Lucas Arruda, Mariana Galender, Mariana Serri e Mariana Tassinari, e propõe gerar relações entre suas pesquisas individuais. A proposta visa a experimentar a contaminação entre os trabalhos, buscando novas inter-relações entre eles, bem como entre as linguagens que exploram (pintura e fotografia).A exposição Pilhagem, de Rafael Alonso, é composta por pinturas e objetos. Sua poética é constituída a partir de experiências com situações mundanas que poderiam se perder no limbo do cotidiano. O artista se apropria de procedimentos, materiais e imagens da cidade para construir suas obras.O coletivo formado por Marina Camargo e Romy Pocztaruk apresenta o projeto Percursos Simulados, exposição de fotografias e vídeos cuja proposta é pensar a vivência do espaço urbano através de deslocamentos, viagens ou experiências com elementos das cidades. Os percursos realizados em diversas cidades pelas duas artistas são ponto de partida para a criação das imagens apresentadas, que guardam como elemento comum seu olhar passageiro sobre os lugares, o estranhamento constante do viajante. Os percursos são reais, mas a narrativa visual que se forma no encontro das fotografias de Romy Pocztaruk e Marina Camargo é fictícia, um percurso simulado que toma forma na exposição.Daniela Mattos teve o seu projeto de curadoria selecionado. A performance da curadoria propõe uma exposição coletiva composta pelos artistas Yiftah Peled, Margit Leisner, Micheline Torres, Mariana Marcassa, Aslan Cabral e Alexandre Sá. A mostra será composta por performances, partituras de performances e vídeos (com registros de ações realizadas), criada em um processo de autoria compartilhada e dialógica, a partir das trocas estabelecidas entre a curadora e os artistas convidados.Apresentando a primeira exposição da Temporada de Projetos 2011, foi realizado um vídeo pelo Guia Imagine, que traz entrevistas com Priscila Arantes, diretora técnica do Paço das Artes, e Daniela Mattos, selecionada com seu projeto de curadoria Performance da Curadoria.O Paço das Artes pretende através de diversas ações contribuir com a discussão e a produção de material sobre a arte contemporânea. O texto Zona Franca, organizado pelo crítico Mario Gioia, apresenta conversa entre críticos convidados para a edição de 2010 da Temporada de Projetos, e vem de encontro com a missão da instituição.

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