Visitação
30/06/1998 a 01/08/1998
A instalação Sweet dreams, apresentada na Temporada de Projetos, celebra o culto ao produto. Um projetor de imagens mutua o desejo em uma mensagem publicitária de dimensões desproporcionais e, na frente das imagens, há um prato de balas colocado como se estivesse num altar.
Na instalação “Sweet Dreams” penetram-se como na realidade psicológica, o espaço imaginário e o real. No palco é celebrado um sacrifÃcio que se transforma numa fantasia dominante. O que se celebra é o culto do produto.
Freud chama anima de aparelho de produção de imagem. Mas sobre a realidade ou irreal idade dessa imagem não há critério de discernimento. O sonhador não só produz como também é a vÃtima de suas fantasias. Doce como bala, o sonhador está grudado em seus sonhos.
Na instalação, o projetor de imagens mutua o desejo em uma mensagem publicitária de dimensões desproporcionais. Ã como se estas mensagens constituÃssem o mito do dia a dia. Não tem realidade fora deste espaço.
O prato de balas está colocado como se estivesse num altar. Na dramatização conta o valor da encenação. A apropriação do sujeito acontece através da sedução: não é o desejo que procura um objeto, mas muito mais o produto e sua encenação que possibilitam que seja o desejo desejável.
No romantismo, o sonho virou realidade e a realidade virou sonho. Hoje é no sonho mais sublime, que o produto está mais próximo. Não há sonho sem produto. A vÃtima do culto, é a inocência do desejo. Como nesse ritual, não são sacrificados ideais, mas sim balas, é justamente onde está o humor desse trabalho de Eva Castiel. Mas quem se interessa pela inocência quando se tem gostosas balas?