Visitação
21/11/2006 a 17/12/2006
Narrativa fantástica, elaborada para explicar situações da vida prática, a fábula borra a linha demarcatória entre ficção e realidade. A briga de Sara Ramo contra a natureza inexorável da chuva e do tempo é uma alegoria do seu fazer artÃstico cotidiano: do trabalho do dia-a-dia.
A linha de demarcação no centro do quadro indica uma dimensão ambivalente de mundo. Entre a chuva e o boneco de neve é o palco de dois acontecimentos em campos espelhados, que não se deixam abalar um pelo outro. Uma dupla ação se inicia. No campo esquerdo, uma bola desenha uma órbita incorruptÃvel: é projetada sobre a parede, bate no chão e sai de quadro, para então voltar a ser projetada sobre a parede, pingar no chão e sair fora de quadro. Simultaneamente, Ã direita da tela, chovem bolas de papel amassado em intensidade crescente. Ao tocar o chão, as bolas rolam e congelam como pedras.