“Migrações”, do fotógrafo argentino Marcelo Brodsky

Visitação

26/09/2016 a 01/12/2016

A mostra foi construída a partir de três eixos —“ imagens de migrantes que se deslocaram para a América Latina no século XX, imagens do exílio e imagens da migração contemporânea no Mediterrâneo.

Paço das Artes abre exposição de Marcelo Brodsky sobre migrações
Na inauguração (18/10), haverá uma mesa-redonda com o fotógrafo, a curadora Priscila Arantes, e as artistas convidadas Marie Ange Bordas e Sonia Guggisberg, às 17hO Paço das Artes —“ instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo —“ inaugura no dia 18 de outubro a exposição Migrações, de Marcelo Brodsky, no MIS. A entrada é gratuita.Nesta mostra, com curadoria de Priscila Arantes (diretora artística e curadora do Paço das Artes), o fotógrafo argentino recupera suas memórias pessoais para discutir a história coletiva. —œMarcelo Brodsky é um fotógrafo conhecido por trabalhar com temas relacionados aos direitos humanos e períodos históricos marcados pela violência do Estado. Nesta mostra, ele aproxima processos migratórios de diversos momentos, tecendo diálogo com sua história particular—, diz Priscila Arantes. Além de criar diálogos entre os processos migratórios, a exposição traz um conjunto de imagens de fontes diversas: arquivo particular do artista, acervos públicos, fotografias tiradas por Brodsky e fotos de agências de notícia.Leia texto curatorial completo
A curadora explica, ainda, que Migrações foi construída a partir de três eixos —“ imagens de migrantes que se deslocaram para a América Latina no século XX: o caso argentino; imagens do exílio: baseada na experiência pessoal de Marcelo Brodsky; e imagens da migração contemporânea no Mediterrâneo. —œA perda do lar e a busca pela sobrevivência costuram estes diferentes momentos—, afirma. O primeiro conjunto reúne trabalhos criados a partir de imagens do arquivo familiar do fotógrafo e de arquivos especializados na imigração para a América Latina. O artista intervém nestas fotografias com textos escritos a mão e constrói uma narrativa sobre a imigração de seus avós da Rússia para a Argentina no início do século XX.Em —œimagens do exílio—, Brodsky traz à tona memórias da ditadura militar na Argentina e de seu exílio para Barcelona (Espanha) entre 1978 e 1985, tema de Autorretrato fuzilado (1978), As chaves (1979), entre outras fotos. —œFui imigrante e vivi na carne o que significa abrir caminho em um novo país. Aprendi muito com a transição democrática espanhola. Depois, levei à Argentina os conhecimentos que adquiri em política, direitos humanos e formação visual—, conta.A repressão política é evocada também em trabalhos da série Buena Memoria (1997), como um vídeo com imagens do Rio da Prata, em cujas águas foram lançados milhares de corpos durante o regime militar na América Latina, uma fotografia do irmão desaparecido e outra do tio que chegou à Argentina por este mesmo rio. Já a travessia de imigrantes da África para a Europa pelo mar Mediterrâneo completa a exposição. Nos trabalhos desta terceira parte, como Madonna de Pireo, Marcelo Brodsky insere cores e escreve em fotografias de agências de notícias frases como —œqueremos refúgio—, —œtodos somos imigrantes— e —œo asilo é um direito—. Mesa-redondaNa abertura da exposição, o Paço das Artes realiza, ainda, um debate com Priscila Arantes, Marcelo Brodsky, Marie Ange Bordas e Sonia Guggisberg sobre processos migratórios e a situação de refugiados políticos no Auditório do LABMIS, às 17h. Sobre o artistaMarcelo Brodsky é argentino e tornou-se fotógrafo no exílio em Barcelona nos anos 1980, durante a ditadura militar em seu país. Foi aluno de Manel Esclusa, famoso fotógrafo catalão, no Centro Internacional de Fotografia. Paralelamente, graduou-se em economia pela Universidade de Barcelona. Sua obra traz uma constante abordagem política, expressa em exposições como Los Condenados de la TierraBuena Memoria e Nexo. Na obra Imágenes contra la Ignorancia, fez uma intervenção pública contra o nazismo, em Hannover, na Alemanha. 
Foi curador da mostra Estéticas de la Memoria (Centro Cultural Recoleta, Buenos Aires) e um dos organizadores do 1º Fórum Latino-Americano de Fotografia de São Paulo, em 2007. Participou, com sua obra —œLos condenados de la tierra—, do encontro Bienal de São Paulo-Valência, na Espanha. Publicou 15 livros, entre eles, —œBuena Memoria—, —œNexo—, —œMemoria en Construcción—, —œTiempo de Arbol—, —œOnce 9.53— y —œCorrespondencias Visuales—.
Sobre a curadoraPriscila Arantes é diretora artística e curadora do Paço das Artes, instituição da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, desde 2007. Entre 2007 e 2011 foi diretora adjunta do MIS (Museu da Imagem e Som). É pós-doutora pela Pennsylvania State University (EUA), doutora em Comunicação e Semiótica pela (PUC/SP), pesquisadora, crítica de arte e professora universitária em cursos de graduação e pós-graduação stricto sensu.Em 2007, foi finalista do 48º Prêmio Jabuti pela publicação Arte@Mídia: perspectivas da estética digital (Ed.Senac/Fapesp). Em 2012, foi contemplada com o prêmio da Getty Foundation (USA), para participar da 101ª Conferência Anual da College Art Association (CAA). É autora também de —œReescrituras da Arte contemporânea: história, arquivo e mídia— (Editora Sulina, 2015). Entre suas curadorias no Paço das Artes, destacam-se os projetos Livro_Acervo (2010), Para Além do Arquivo (2012), Arquivo Vivo (2013), MaPA: Memória Paço das Artes, Abrigo de paisagem/Veículo de passagem (2015), de Rodrigo Braga, e ISSOÉOSSODISSO, de Lenora de Barros.Sobre as convidadas
Marie Ange Bordas é artista multimídia, escritora e articuladora cultural, que se dedica à criação de projetos de arte participativa, alfabetização visual, mídia e criação de livros, sobretudo, em comunidades deslocadas em diversos países e em comunidades tradicionais no Brasil. Seus projetos enfatizam o cruzamento de linguagens e poéticas para construir processos colaborativos orgânicos, empoderadores e críticos, centrados nos saberes/fazeres e dinâmicas sociais próprias de cada local. Editora do Caderno Videobrasil 09_Geografias em Movimento.
Sonia Guggisberg é suíço-brasileira, nascida e radicada em São Paulo, em 1964. Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP —“ Bolsa Fapesp) e Mestre em Artes pela Universidade Federal de Campinas ( Unicamp- Bolsa Capes). Guggisberg atua como artista, videomaker e pesquisadora participando de mostras coletivas e individuais, palestras e workshops no Brasil e em outros países desde a década de 1990. Desenvolve trabalhos de fotografia, site specific, instalação em vídeo e som, e documentário experimental. 
SERVIÇO MigraçõesArtista: Marcelo BrodskyCuradoria: Priscila ArantesAbertura*: 18 de outubro de 2016 >> terça-feira >> 18h * Na mesma ocasião, ocorre uma mesa-redonda com Marcelo Brodsky, Marie Ange Bordas, Priscila Arantes e Sonia Guggisberg, às 17h.
Visitação: até 20 de novembro de 2016GrátisPaço das Artes no MIS Av. Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo/ SP; tel.: (11) 2117-4777Horários: terça a sábado, das 12h às 20h; domingo e feriado, das 11h às 19hAgendamentos de visitas orientadas: educativo@pacodasartes.org.brFale conosco: pacodasartes@pacodasartes.org.brwww.pacodasartes.org.brhttp://mapa.pacodasartes.org.br
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