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Mar pequeno

Visitação

06/07/2003 a 03/08/2003

Nos anos 60-70, artistas dedicaram-se à land art (ou arte ambiental), intervenções em espaços naturais com um impulso de apoderar-se da natureza, domá-Ia. No movimento que se observa no Mar Pequeno – versão contemporânea de land art? -, acontece o oposto.

O Mar Pequeno, de Fabiano Marques nos coloca diante de um naufrágio, a obra de arte à deriva. Um sentimento de insulação se apodera do espectador, como já inspiravam trabalhos anteriores do artista, que põe em questão certo nomadismo visual, insinuando-se um espírito errante. A cena é bela quando vista pelo filtro das lentes no conforto do museu: cinco peças enredadas em um jogo de Sísifo em pleno mar. A força insular, aqui, vem da importância dos vazios (a amplitude da paisagem, os silêncios, a inação), do resfolegar marcando o tom, do auto-isolamento. O artista já afirmou, acerca de um trabalho mais recente, que faz sucata da história da arte. Os “fósseis pós-industriais” construídos com ferro-velho são uma síntese dos fósseis manufaturados que fiquravam nos conjuntos escultóricos de Marques, peças que estão condenadas a uma recombinação sem-fim, que jamais encontram a forma ideal. Assim ocorre também em Mar Pequeno, quando novamente o artista empilha destroços de um projeto dilacerado. Nos anos 60-70, artistas dedicaram-se à land art (ou arte ambiental), intervenções em espaços naturais com um impulso de apoderar-se da natureza, domá-Ia. No movimento que se observa no Mar Pequeno – versão contemporânea de land art? -, acontece o oposto: o artista molda-se ao curso das águas, incorpora o impulso da natureza. À tentativa fracassada de ordenação do mundo (Richard Long), à utopia submersa no Grande Lago Salgado, em Utah (Robert Smithson), Marques opõe seu jogo de Sísifo, ciente de sua derrota. Em lugar do romantismo, um niilismo de artista que se deixa levar mas constrói belas sucatas no caminho e nos precipita em nossa própria insulação.

Governo do Estado de SP