Visitação
03/05/2004 a 30/05/2004
O trabalho de arqueologia fotográfica da artista passa pela ressignificação de imagens rejeitadas que, apesar de terem atravessado o século XX e carregarem as marcas do percurso, sobreviveram por um triz ao desaparecimento.
—Tudo naquelas primeiras imagens era organizado para durar; não só os grupos incomparáveis formados quando as pessoas se reuniam, e cujo desaparecimento talvez seja um dos sintomas mais precisos do que ocorreu na sociedade na segunda metade do século, mas as próprias dobras de um vestuário, nessas imagens, duram mais tempo. Observe-se o casaco de Schelling, na foto que dele se preservou. Com toda certeza, esse casaco se tornou tão imortal quanto o filósofo: as formas que ele assumiu no corpo de seu proprietário não são menos valiosas que as rugas no seu rosto.—