Visitação
14/07/2014 a 10/09/2014
A mostra apresentará 43 obras em preto e branco e em cor, desenhadas a lápis e de tamanhos variados, que estavam guardadas pelo companheiro do artista
A coleção de desenhos doada por Francis Bacon a Cristiano Lovatelli Ravarino, da última década de sua vida, feita de 1980 a 1992, é muito interessante e importante para entender a arte de Bacon. São —obras ambiciosas, assinadas e em grande formato, claramente feitas como obras de arte independentes. Em muitos aspectos, parecem sintetizar a essência daquilo que Bacon tentou fazer—, como escreveu o célebre curador Edward Lucie-Smith.—A evidência é de que Bacon, apesar de ser extremamente controlador em relação ao comportamento de seu entourage de Londres, também considerava sua fama cada vez mais sufocante. Sua solução foi fugir para um lugar onde fosse pouco conhecido [—¦] e pudesse se divertir como bem entendesse. Um de seus lugares preferidos para fugas desse tipo era a Itália. Um companheiro constante em suas aventuras italianas era um jovem Ãtalo-americano bonito chamado Cristiano Lovatelli Ravarino. Há muitas evidências de que os dois eram vistos juntos com frequência [—¦]. No fim da vida, ele quis experimentar uma nova técnica, uma técnica que claramente sempre o tinha desafiado [—¦]. Uma caracterÃstica marcante desta série de desenhos é que eles recapitulam temas de obras feitas muito antes em sua carreira.—Na exposição, podemos encontrar pastéis e colagens nas quais a cor é usada de maneira criativa, bem como desenhos a lápis onde o traço tem uma força especial, quase a ponto de entalhar o papel, e os temas mais importantes da arte de Bacon: Retratos, das séries de Papas e Crucificações, onde a figura humana é o principal interesse do artista e podemos sentir como o trabalho de Bacon enfatiza o isolamento do ser humano. Cada obra de Bacon exige atenção e rejeita uma explicação.—Estou sempre tentando deformar a aparência das pessoas—, disse Bacon certa vez. —Não posso pintá-las literalmente.—