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30/06/2023 a 08/10/2023
Em Exercícios cosmopolíticos, individual contemplada dentro da Temporada de Projetos 2023 do Paço das Artes, Gustavo Torrezan sedimenta poética bastante crítica aos aparatos de poder do Estado e, ao mesmo tempo, renuncia a discursos obviamente diretos. Prefere recorrer a estratégias formais que se posicionam de modo mais silencioso, elaborado e pontual, quase como sussurros dentro de um ambiente que pode beirar o histriônico, tóxico e francamente anti-intelectual, entre outras mazelas nas quais estamos entranhados nesse primeiro quarto de século.
Em Exercícios cosmopolíticos, individual contemplada dentro da Temporada de Projetos 2023 do Paço das Artes, Gustavo Torrezan sedimenta poética bastante crítica aos aparatos de poder do Estado e, ao mesmo tempo, renuncia a discursos obviamente diretos. Prefere recorrer a estratégias formais que se posicionam de modo mais silencioso, elaborado e pontual, quase como sussurros dentro de um ambiente que pode beirar o histriônico, tóxico e francamente anti-intelectual, entre outras mazelas nas quais estamos entranhados nesse primeiro quarto de século.
Concebidos durante o isolamento decorrente da pandemia de covid-19, a série de trabalhos ‘de câmara’ do artista paulista revela um foco mais introvertido. Numa produção que também ficou conhecida por, entre outras qualidades, desenvolver ações relacionais exitosas e pesquisas que se inserem num arco de discussões institucionais muito agudas, é gratificante receber as novas experimentações apresentadas agora por ele. Isso tudo sem deixar de ser uma obra questionadora, de trazer à tona camadas de debates públicos que não têm sido feitos em uma escala necessária para uma cidadania plena etc.
Torrezan, assim, transita por tipos de atuação que parecem ser de um particular cartógrafo, a levantar topografias e exercícios variados em territórios híbridos e que não se prendem a um suporte visual específico. Também tem habilidades que podem se situar entre o historiador, relembrando momentos particulares na concepção de, por exemplo, símbolos nacionais que hoje vemos sendo presentes sem nos darmos conta dos porquês de terem sido construídos, e o arqueólogo, que ainda vai mais a fundo vasculhar num trabalho de campo por vezes exaustivo, em busca de vestígios, traços, indícios. Nesse sentido, é correto perceber que o desenho é uma das linguagens preferenciais do artista; no entanto, temos de pensar que ele emprega com força uma ideia de desenho como pensamento e forma de lidar poeticamente com o mundo, não apenas o resultado do grafite sobre o papel, entre outras leituras mais comuns sobre tal meio.
Em Exercícios cosmopolíticos, individual contemplada dentro da Temporada de Projetos 2023 do Paço das Artes, Gustavo Torrezan sedimenta poética bastante crítica aos aparatos de poder do Estado e, ao mesmo tempo, renuncia a discursos obviamente diretos. Prefere recorrer a estratégias formais que se posicionam de modo mais silencioso, elaborado e pontual, quase como sussurros dentro de um ambiente que pode beirar o histriônico, tóxico e francamente anti-intelectual, entre outras mazelas nas quais estamos entranhados nesse primeiro quarto de século.
Concebidos durante o isolamento decorrente da pandemia de covid-19, a série de trabalhos ‘de câmara’ do artista paulista revela um foco mais introvertido. Numa produção que também ficou conhecida por, entre outras qualidades, desenvolver ações relacionais exitosas e pesquisas que se inserem num arco de discussões institucionais muito agudas, é gratificante receber as novas experimentações apresentadas agora por ele. Isso tudo sem deixar de ser uma obra questionadora, de trazer à tona camadas de debates públicos que não têm sido feitos em uma escala necessária para uma cidadania plena etc.
Torrezan, assim, transita por tipos de atuação que parecem ser de um particular cartógrafo, a levantar topografias e exercícios variados em territórios híbridos e que não se prendem a um suporte visual específico. Também tem habilidades que podem se situar entre o historiador, relembrando momentos particulares na concepção de, por exemplo, símbolos nacionais que hoje vemos sendo presentes sem nos darmos conta dos porquês de terem sido construídos, e o arqueólogo, que ainda vai mais a fundo vasculhar num trabalho de campo por vezes exaustivo, em busca de vestígios, traços, indícios. Nesse sentido, é correto perceber que o desenho é uma das linguagens preferenciais do artista; no entanto, temos de pensar que ele emprega com força uma ideia de desenho como pensamento e forma de lidar poeticamente com o mundo, não apenas o resultado do grafite sobre o papel, entre outras leituras mais comuns sobre tal meio.