Visitação
24/04/2009 a 22/06/2009
Entre-Temps traz artistas franceses, que nasceram entre os anos 50 e os anos 80, constituindo um panorama da videoarte da coleção do Musée d`Art Moderne de La Ville de Paris. A exposição integra a programação em comemoração ao ano da França no Brasil.
No bojo das celebrações do ano da França no Brasil, a mostra de videoarte Entre-Temps apresenta obras do acervo do Museu de Arte Moderna da cidade de Paris (Musée d´Art moderne de La Ville de Paris). A exposição reúne vÃdeos, filmes e slideshows que traçam um panorama significativo da arte contemporânea. A mostra traz ao paÃs 21 trabalhos de 17 artistas franceses ou radicados na França, cuja produção emergiu eminentemente no inÃcio dos anos 90. Onze delas estão expostas no MIS e as outras dez, no Paço das Artes. A exposição, com curadoria de Odile Burluraux e Angeline Scherf, aglutina artistas nascidos entre os anos 50 e 80, que influenciaram decisivamente a videoarte internacional. O recorte da mostra explora as possibilidades da mÃdia vÃdeo e atesta a aproximação entre as artes visuais e o cinema. Os trabalhos dialogam com a experimentação de linguagens e outros campos do conhecimento, como a ciência, a filosofia, e explora novos suportes e tecnologias. Entre os destaques de Entre-Temps estão três obras protagonizadas por Ann Lee, personagem integrante do projeto evolutivo intitulado No Ghost, Just a Shell, criado em 1999. Neste ano, os artistas Pierre Huygue e Philippe Parreno compraram os direitos autorais da personagem fadada a desaparecer e propuseram a vários artistas, como Melik Ohanian e Rirkrit Tiravanija, que lhe dessem uma segunda vida, elaborando uma história para ela. Huygue e Parreno também apresentaram suas versões de narrativas para Ann Lee. Parreno traz novos desafios para sua musa, animada em Anywhere Out of The World e Huygue em Two Minutes Out of Time.Uma das videoartistas que aceitou a proposta e deu novo impulso à s aventuras de Ann Lee é a francesa – que vive parte do ano no Brasil – Dominique Gonzalez-Foerster que, em 2008, expôs seus trabalhos na exposição TH.2058 na Tate Modern, em Londres. Dominique expõe a videoprojeção Atomic Park, filmada no deserto de White Sands, no Novo México, próximo do local onde foram realizados os primeiros testes com a bomba atômica, em Trinity Site, no ano de 1945, semanas antes das bombas serem lançadas em Hiroshima e Nagasaki. Essa imagem é mesclada à voz da atriz Marilyn Monroe, em um desesperado monólogo. Seu grito liberado em Misfits surge como uma censura implÃcita ao lugar aparentemente calmo, palco dos primeiros testes nucleares.O aclamado artista argelino radicado na França, Philippe Parreno, exibe quatro trabalhos na mostra. No Paço das Artes, está exposta a instalação Credits, Parreno apresenta um riff de guitarra tocado pelo integrante do AC/DC, Angus Young.O francês Melik Ohanian e o albanês radicado na França Anri Sala apresentam trabalhos com forte viés polÃtico. Na projeção Invisible Film, Ohanian presta homenagem a Peter Watkins, divulgando em um monitor somente a fita de som durante 25 anos. O espectador ouve o interrogatório pelo qual passaram membros dos movimentos dos direitos civis. Já Anri Sala recupera, em Intervista, um vÃdeo de sua mãe, diretora da Biblioteca Nacional de Tirana, durante o comunismo na Albânia e acrescenta conversações entre eles para reconstruir o perÃodo histórico e mostrar a realidade polÃtica e social da Albânia.