Visitação
30/05/2016 a 30/07/2016
A mostra resultante da residência curatorial de Ana Maria Maia aborda as representações da juventude na arte; entrada gratuita.
O Paço das Artes — instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo — inaugura no dia 21 de junho (terça-feira), à s 19h, a mostra da residência curatorial de Ana Maria Maia. A exposição Elefante branco com paninho em cima fica em cartaz no Museu da Imagem e do Som (MIS), instituição parceira do Paço das Artes, até 24 de julho. A entrada é gratuita.Criado em 2014 por Priscila Arantes (diretora artÃstica e curadora do Paço das Artes), o programa visa fomentar a produção e a pesquisa sobre a arte contemporânea. —A Residência Paço das Artes é destinada a artistas e curadores já inseridos no sistema das artes. Essa caracterÃstica o diferencia da convocatória da Temporada de Projetos, que desde 1997 seleciona artistas e curadores em inÃcio de carreira—, diz Priscila Arantes.Durante três meses de residência, Ana Maria Maia investigou o valor social das representações da juventude na arte, editais para jovens artistas, e a maneira como os artistas se enxergam e projetam a própria imagem por meio de seus trabalhos. O resultado deste processo de pesquisa, discussões e encontros poderá ser visto nesta exposição, que reúne obras de nomes da cena da jovem arte contemporânea e trabalhos de renomados artistas. Na lista, estão Antonio Manuel, Anna Bella Geiger, Ana Mazzei, Antonio Celso Sparapan, Amanda Melo, Daniel Jablonski, Daniel Lie, Daniel Santiago, Fabiana Faleiros, Fernando Peres, Irma Brown, Laura Lima, Leonilson, Manuela Eichner, Selvagens Nocivos (Marilá Dardot, Rodrigo Matheus, Sara Ramo), Marcia X, Paulo Nazareth, Rafa Campos Rocha, Rafael RG e rejeitados (desta vez um diálogo de Graziela Kunsch e Jorge Menna Barreto com Ana Maria Maia). Na abertura da mostra, ocorrerá a performance Xerografia do Natural, de Daniel Santiago.Ana Maria Maia explica que o trabalho foi dividido em duas frentes: um levantamento de projetos artÃsticos (autorretratos) que tangenciam esse problema e, em paralelo, foi promovido o Comitê da Juventude (Ana Maria Maia, Daniel Jablonski, Ãcaro Vilaça, Júlia Ayerbe e Manuela Eichner), um grupo de trabalho, colaboração e leituras de textos que tratam da ideia de juventude como um marcador social da diferença, que envolve critérios biológicos e comportamentais. —Esta mostra é fruto de uma pesquisa sobre as representações da juventude na arte, pela ótica dos artistas, que acumulam funções de criadores e criaturas nessa lógica de produção em série de sujeitos singulares. Quais são suas respostas à s instituições e ao mercado? Como representam a si próprios e seus paradigmas de tempo, trabalho e geração, em comentário e/ou resistência à s expectativas que os cercam?—, diz a curadora.ENCONTROS PÃBLICOS Terça-feira, 21/6/2016, 20h, na sala da exposição (piso térreo do MIS):Xerografia do Natural, performance de Daniel SantiagoInscrita no V Salão Nacional de Artes Plásticas, no Rio de Janeiro, em 1982, mas só realizada no Ateliê Guaianazes, em Olinda, naquele mesmo ano, a performance consiste na produção de retratos do público pelo artista, na noite de abertura da exposição. Usando uma base de vidro para desenho com caneta hidrográfica e uma máquina xerox, Santiago representa e reinventa identidades, passÃveis ainda de cópias e do descarte enquanto registro de uma ação efêmera.Quarta-feira, 22/6/2016, 19h, no Auditório do LABMIS (2º andar MIS)Juventude e invisibilidade, palestra com Guita Debert, Jaime Lauriano e mediação de Fabio ZukerO encontro foi pensado como um desdobramento da exposição, visando aprofundar a sua problemática: os regimes de visibilidade da juventude no mundo da arte e fora dele. Se o —valor— de juventude é uma etiqueta que garante mais visibilidade aos indivÃduos, entendidos como promessas de um mercado altamente especulativo, cabe pensar também em situações que problematizem esse modelo. Especialista em antropologia urbana, a pesquisadora Guita Debert versará sobre a ideia de —descronologização da vida—, e a relativa invisibilidade da velhice em um mundo obcecado com a juventude; o artista Jaime Lauriano discutirá, a partir de sua própria trajetória, a noção de —negritude— e as representações dÃspares que jovens negros muitas vezes recebem no circuito da arte e na sociedade, onde o desejo de inclusão muitas vezes ratifica o preconceito. Guita Grin Debert – Professora Titular do Departamento de Antropologia da UNICAMP, possui graduação em Ciências Sociais (1973), mestrado em Ciência PolÃtica (1977), doutorado em Ciência PolÃtica (1986) pela Universidade de São Paulo, e estudos de pós-doutorado no Department of Anthropology, University of California, Berkeley (1989-1990). Proferiu palestras e ministrou cursos em universidades estrangeiras entre elas Columbia University (EUA), Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (França), Universidade de Bologna (Itália). Tem experiência na área de Antropologia Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: velhice, famÃlia, curso da vida, gênero e violência. à autora de vários livros e artigos sobre esses temas. Jaime Lauriano – Graduou-se pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, no ano de 2010. Entre suas exposições mais recentes, destacam-se as individuais: Nessa terra, em se plantando, tudo dá, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, Brasil, 2015; Autorretrato em Branco sobre Preto, Galeria leme, São Paulo, Brasil, 2015; Impedimento, Centro Cultural São Paulo, São Paulo, Brasil, 2014; e as coletivas: Totemonumento, Galeria Leme, São Paulo, Brasil, 2016; 10TH Bamako Encouters, Museu Nacional, Bamako, Mali, 2015, e Empresa Colonial, Caixa Cultural, São Paulo, Brasil, 2015, entre outras. Em seu trabalho multifacetado, incluindo peças audiovisuais, objetos e textos crÃticos, o artista nos convoca a examinar as violentas relações mantidas entre instituições de poder e controle do Estado. Trata-se, assim, de trazer à superfÃcie traumas históricos relegados ao passado, aos arquivos confinados, em uma proposta de revisão e reelaboração coletiva da História. Fabio Zuker – à antropólogo, ensaÃsta e curador, com mestrado pela EHESS – Paris. Sua dissertação As Fronteiras da Modernidade: tempo, arte contemporânea e polÃtica trata das mudanças na relação entre tempo e polÃtica na contemporaneidade. Suas investigações se desenvolvem em diferentes formatos, como artigos, ensaios, projetos curatoriais e mostras de cinema. Foi diretor de programação da Casa do Povo (São Paulo), e curador assistente do projeto Nova Jerusalém, que fez parte da XXXI Bienal de São Paulo. Na Cidade do México organizou a mostra audiovisual Cinemasoquismo, e o seminário transdisciplinar As Fronteiras da Modernidade (R.A.T. México). Em 2015, junto a Isabella Rjeille e Mariana Lorenzi, foi curador da exposição Frente a Euforia (projeto realizado em parceria entre as instituições FUGA, Bogotá, e Oficinas Culturais Oswald de Andrade, em São Paulo). Quinta-feira, 23/6/2016, 19h, na sala da exposição (piso térreo do MIS)Comitê da juventude: a montagem de um diagrama de trabalho, debate com Ana Maria Maia, Daniel Jablonski, Ãcaro Vilaça, Júlia Ayerbe e Manuela EichnerPor que trabalhar juntos sobre o tema da —juventude—? O que resta de um ideal de coletividade no interior de um paradigma dominado pelo fantasma da individualidade? Por que enfatizar um modo e um processo de trabalho ao invés de um eventual resultado especÃfico? Estas são algumas das questões abordadas nessa mesa-redonda informal, na qual o público poderá interagir livremente com o Comitê da Juventude. Por meio de relatos acerca da busca por um método de trabalho coletivo e transversal, seus integrantes abordarão ainda as articulações e disputas na elaboração de um diagrama coletivo sobre o tema da juventude que guiou a concepção da exposição, articulando conceitos como —tempo—, —trabalho—, —autorretrato— e —geração—. Ana Maria Maia – à pesquisadora, curadora e professora de arte contemporânea, nascida no Recife e radicada desde 2009 em São Paulo, Brasil. Faz doutorado em Teoria e CrÃtica de Arte na Universidade de São Paulo. Foi curadora adjunta do 33º Panorama de Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo (2013) e curadora do Rumos Artes Visuais do Itaú Cultural (2011-2). Realizou curadorias de mostras como O efeito da frase (Museu Murillo La Greca, Recife, 2012); Experimente também em outros horários (Trienal de Sorocaba, 2015). à autora de “Flávio de Carvalho” (Editora Azougue, 2015) e “Arte-veÃculo: intervenções na mÃdia de massa brasileira” (Editora Aplicação, 2016).Daniel Jablonski – à artista visual e pesquisador independente. Em Paris e posteriormente em Nova York, obteve, respectivamente, o tÃtulo de mestre em Filosofia contemporânea (Sorbonne – Panthéon) e em História da arte / História e PolÃtica do Museu e do Patrimônio (Institut National d—Histoire de l—Art / Columbia University). Suas obras já foram vistas em exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, notadamente na Galeria Casamata e Centro Cultural Sergio Porto (RJ), no Instituto Di Tella (Buenos Aires), e no SESC Vila Mariana, Galeria Sancovsky e Galeria Zipper. Seus escritos, incluindo entrevistas, traduções, ensaios e crÃticas, podem ser encontradas tanto em publicações independentes, em revistas de arte, como Amarello ( SP) e Octopus Notes (Paris), bem como publicações acadêmicas, como Concinnitas (pós-graduação em artes – UERJ) e Poiésis (pós-graduação em Estudos contemporâneos das artes – UFF-Rio). Ãcaro Vilaça – à arquiteto e urbanista pela FAU UFBA, mestre em História e Fundamentos Sociais da Arquitetura e do Urbanismo pela FAU USP e atua como arquiteto apoiando movimentos populares na produção de moradias por mutirão e autogestão na assessoria técnica Usina CTAH. Em paralelo, tem participado e desenvolvido diversos projetos culturais relacionados ao campo das artes visuais e da arquitetura e urbanismo, com destaque para os projetos USINA 25 (São Paulo) e WELTSTADT (Salvador/Berlim). Organizou, junto a Paula Constante, o livro “Usina: entre o projeto e o canteiro” (Edições Aurora, 2016). Júlia Ayerbe – à editora, pesquisadora e tradutora. Bacharel em Ciências Sociais pela PontifÃcia Universidade Católica de São Paulo, foi, de 2010 ao inÃcio de 2016, editora sênior da Pinacoteca do Estado de São Paulo, onde esteve a cargo de mais de sessenta publicações. Como editora independente, trabalhou com o Centro Cultural da Espanha, SP-Arte e Capacete. Desde 2013, é integrante de Edições Aurora / Publication Studio São Paulo, editora independente e plataforma de distribuição de publicações com foco em livros-trabalho e escrita sobre arte e polÃtica numa perspectiva expandida. à parte do projeto Cidade Queer, promovido pelo Lanchonete.org e Musagetes, em desenvolvimento em 2016. Manuela Eichner – à artista plástica e ilustradora. Trabalha com mÃdias, ações e oficinas usando o conceito de colagem e da colaboração. Já recebeu financiamento Funarte, Iberescena, Spa das Artes, Fumproarte, Rumos Itaú Cultural, Fac RS. Participou da exposição coletiva UTROPIC em Poznan/Polônia e do projeto Blank na residência ZKU – Zentrum für Kunst und Urbanstik em Berlim/Alemanha. Em 2014 iniciou On Earth com seu irmão no Rozel Point/USA sobre a obra Spiral Jetty do artista Robert Smihtson, financiamento do George T. Dorsch Award. Em 2015, realizou sua primeira exposição individual, Monstera deliciosa, na Galeria Ecarta, Porto Alegre. Em 2016, Monstera deliciosa participou do Arte Atual Festival no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo. Suas colagens podem ser vistas na Folha de São Paulo e na Revista Tpm/Trip.SERVIÃO Residência Paço das ArtesCuradora selecionada: Ana Maria Maia Exposição: Elefante branco com paninho em cimaAbertura: 21 de junho de 2016 >> terça-feira >> 19hNa ocasião, ocorrerá a performance “Xerografia do Natural”, de Daniel Santiago.Visitação: até 25 de julho de 2016Paço das Artes no MIS Av. Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo/ SP; tel.: (11) 2117-4777Horários: terça a sábado, das 12h à s 20h; domingo e feriado, das 12h à s 19hAgendamentos de visitas orientadas: educativo@pacodasartes.org.brFale conosco: pacodasartes@pacodasartes.org.brwww.pacodasartes.org.brhttp://mapa.pacodasartes.org.br