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Desenhos

Visitação

11/08/2001 a 09/09/2001

O artista transforma o processo na própria obra, como em Desenhos, em que uma montanha construída de restos de borracha de seus trabalhos apagados expressa sua tentativa de tentar voltar ao desenho ideal.

Há a base que aqui está não para sustentar uma escultura, mas é apresentada como o próprio trabalho de arte. Na parte superior, como se algum sólido tivesse repousado ali durante um considerável espaço de tempo e impresso a marca de seu peso, as depressões que marcam a superfície fazem com que seja impossível que este objeto cumpra sua função original. Mas neste caso não devemos nos referir apenas ao paradoxo entre forma e função: ao operarmos no campo da arte, temos necessariamente que considerar os significados históricos, conceituais, sociais com que esse objeto em particular está carregado.

Da mesma maneira, Retrato e Paisagem aparecem como uma demonstração dos formatos clássicos da pintura e fotografia. A superfície velada é o resultado de uma falha no processo fotográfico que não permite que a imagem se fixe no papel. A própria ideia de representação passa a se articular na direção oposta àquela do cânone tradicional: já não é mais janela, mas torna-se espelho.
Como os grãos de areia que escorrem numa ampulheta, os minúsculos pedaços de borracha sobre a mesa evocam a ideia do tempo depreendido em uma tarefa específica, produto da obsessiva e incansável sucessão de tentativas e erros. Como produzir um trabalho de arte? 
Sem uma localização precisa no tempo e no espaço, produto de um esforço que poderia durar para sempre e vir a acumular toneladas de resíduos, a banal montanha é o testemunho de uma busca incessante pelo intangível.
RUÍDO BRANCO – ruído contendo diferentes frequências com a mesma intensidade
1. Tipos de Branco: o branco asséptico de um hospital, o branco vestido da noiva, o branco anglo-saxão protestante, o cubo branco.
2. A violência inerente à cor branca: a suposta neutralidade, a negação de qualquer interferência externa, o extermínio de tudo aquilo que ameaça sua imaculez.
3. O branco como sistema absoluto.
4. A impossibilidade de um branco: diz-se que os esquimós podem enxergar 17 tonalidades de branco.
5. A impossibilidade de um sistema absoluto.
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