Visitação
06/02/2006 a 05/03/2006
O artista usa elementos como sal, graxa, madeira, ferro e grama viva para criar pinturas, desenhos, esculturas e instalações; saiba mais
O trabalho de Juliano de Moraes é daqueles que provoca o público e o incita a refletir, seja por não se apresentar como algo explicável racionalmente, por não se franquear completamente à percepção, ou porque jamais poderá ser aproximado de um simples devaneio. Ao mesmo tempo em que se afasta de uma vertente estritamente conceitual, de modo algum sua pesquisa se reduz à solução de problemas apenas formais. Lidando com desenho, pintura, escultura e instalação, trata-se de uma investigação que vem abordando de modo singular a paisagem — em particular os amplos espaços externos como os campos destinados as pastagens, frequentes no planalto central e em Goiânia, cidade em que vive o artista -, e a acomodaçãoo, adaptação e transposição desses lugares externos em espaços fechados de edifÃcios ou salas de exposição. Essa relação entre dentro e fora se dá não apenas quando o artista se apropria de plantas como a grama e a incorpora aos seus projetos, como, por exemplo, na Paisagem secreta montada recentemente no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, em que realizou no antigo cofre da agência bancária uma espécie de jardim infestado por esferas e cupinzeiros de sal. A reflexão sobre a natureza como um lugar público de plena liberdade versus seu aprisionamento e adequação à s necessidades privadas que tende a transformá-la em produto, dominando-a e destruindo-a completamente, faz parte do processo de elaboração de seu trabalho.