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748.600

Visitação

25/01/2011 a 27/03/2011

O projeto curatorial de Renan Araujo, 748.600, foi escolhido para ser exposto no Paço das Artes. É resultado de um concurso virtual (online) de curadoria concebido pela instituição Expomus com o patrocínio do Banco Santander.

Programa Novos Curadorespor Rejane Cintrão e Joana TuttoilmondoNovos Curadores é um laboratório de criação e discussão sobre curadoria e arte contemporânea, criado com o objetivo de formar profissionais na área e disseminar conhecimento e informação de maneira informal, visando principalmente o público não habituado a frequentar museus e galerias de arte. Com caráter inédito e inovador, propõe-se também a divulgar a arte contemporânea brasileira, dando visibilidade a artistas emergentes e a trabalhos experimentais. O meio mais eficiente para atingir esses objetivos é a internet. Por isso www.novoscuradores.com.br se concretizou numa plataforma colaborativa virtual, na qual projetos curatoriais foram desenvolvidos por seis participantes, com acompanhamento e colaboração do público. Além disso, o website se tornou um canal de intercâmbio de ideias e informações entre público, curadores, artistas e diversos profissionais ligados à realização de exposições, divulgando atividades sobre a área, no país e no exterior. Lançada em agosto de 2010, a primeira edição de Novos Curadores contou com a colaboração de orientadores na área crítica e conceitual, profissionais de expografia e museologia, entre eles: Rejane Cintrão, Joana Tuttoilmondo, Erico Marmiroli, Cauê Alves, Franz Manata, Cristiana Tejo, Álvaro Razuk e Felipe Tassara.Em outubro, o público pôde votar, pelo site, no seu projeto preferido. Mais de 1.200 pessoas votaram. A seleção foi feita pelo público e por um júri formado pelos orientadores Cauê Alves, Franz Manata, Cristiana Tejo e o curador convidado Tadeu Chiarelli. O projeto 748.600, de Renan Araujo, foi escolhido e contemplado com a realização da exposição no Paço das Artes. Esta exposição encerra a primeira edição do programa, que deverá ter continuidade nos próximos anos, visando dar oportunidades a novos talentos, no Brasil e no exterior, e aproximar cada vez mais o público da produção artística contemporânea. Novos Curadores já conta com mais de 60 mil acessos. Participe também, navegando no site novoscuradores.com.brTexto curatorialpor Renan Araujo —œA crise atual tem a ver com o excesso de poder do capital.— David Harvey¹O acúmulo, a riqueza e as relações econômicas entre os atores sociais lideram as preocupações do mundo contemporâneo. A lógica que fundamenta o capital é estruturada pela fórmula marxista D-M-D, sendo D dinheiro e M mercadoria. Investe-se um valor determinado na produção de mercadorias, que, após serem processadas e vendidas à sociedade (incorporando o valor produzido pelo trabalho), transformam-se novamente em dinheiro (o lucro). Em uma primeira instância, pode-se dizer que o capital existe como algo abstrato, mensurável através do objeto. Também é possível avaliá-lo segundo lógicas conceituais: não apenas por uma demanda do produto e do espaço físico, mas pelos valores e capitais inexistentes no campo real, sendo D-D um segundo caminho. 748.600 evidencia as questões existentes na produção de artistas brasileiros na qual a prática econômica aparece como mote da construção objetual: subversão do capital, status adquirido, força de trabalho, reinterpretação da economia e formas de escoamento, criação de uma marca de produtos sem funções reais e a conquista de um território aliado à política, sempre de uma forma crítica e com o risco das contradições.Observa-se que, aliada ao acúmulo e ao capital, existe a ideia de poder, que impera nas obras como consequência, em trabalhos em que aparecem questões como a religião, o Estado, a pornografia, as burocracias e os ambientes legais ou ilegais. O recorte parte da década de 1970, com obras para o espaço expositivo e outras externas. 748.600 não nega o capital, apenas mostra como é seu funcionamento e o que cada artista interpreta como realidade.Está mais para Simmel e as relações que o dinheiro provoca no círculo social, colocando par a par o objeto com o indivíduo e dissolvendo sua própria identidade, do que apenas a demonização do acúmulo.¹ Entrevista com o geógrafo David Harvey para a Globo News em 12 de abril de 2010. Disponível em: vimeo.com/10933225. Acesso em 08 de dezembro de 2010. O título da exposição, 748.600, é uma autorreflexão sugerida pelo valor captado pelo projeto Novos Curadores junto a setores privados (via Lei de Incentivo Fiscal).A mostra também contempla a Palestra Novos Curadores que tem como intuito a discussão da primeira edição desse programa e o debate dos novos desafios na área de curadoria de arte. Com os curadores Cauê Alves, Cristiana Tejo, Rejane Cintrão e Renan Araujo ao lado do artista Alex Topini (Coletivo Filé de Peixe).Veja também mais informações sobre a exposição Zonas de Contato com Analívia Cordeiro e João Penoni, em cartaz até dia 27 de março no Paço das Artes.
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