Data
01.03, das 18h30 às 20h30
Local
Paço das Artes
Ingresso
Gratuito
Como programação paralela à exposição “E o palhaço, quem é!?”, o Paço das Artes realiza uma visita guiada pelo curador Renato De Cara, com participação de Alex Josias, André Bontorim, Binário Armada, Bruno Novaes, Caio Rosa, Charles Cunha, Delfina Reis, Evandro César, João Szwec, Léo Sombra, Liana das Neves, Luis Só, Marcelo Cipis, Mari Ra, Oswaldo Ruivo, Paula Scavazzini, Uberê Guelé, Ulysses Bôscolo e Vulcanica Pokaropa, que expõem trabalhos na coletiva, de modo a aproximar o público do processo criativo de cada artista.
A exposição, que abriu o calendário de 2024 do Paço das Artes, tem curadoria de Renato De Cara e reúne obras de mais de quarenta artistas. São imagens icônicas de palhaços reproduzidas em fotografias históricas e anônimas, em pinturas de jovens irreverentes e contemporâneos, retrabalhadas como objeto de arte por grandes nomes do campo, questionando valores e empatia.
A partir de uma pesquisa entre novos e consagrados artistas, acervos históricos e contemporâneos, a curadoria do Paço das Artes adapta um antigo refrão da música popular para reunir significativo número imagético alusivo ao tema, em âmbito nacional. A exposição traz trabalhos que transitam entre uma linguagem sarcástica e infantil, incluindo pinturas, fotografias, cartazes, desenhos, objetos e ilustrações de procedências variadas, performances e outras mídias.
Alex Josias (Esperança, PB, 1987). Vive e trabalha em São Paulo. Fez o curso profissionalizante de fotografia na ONG Imagemagica, em São Paulo, em 2006. Seu olhar registra os detalhes da metrópole que escolheu para viver. Em 2010, participou do livro São Paulo em 20 artistas, editado pela Imprensa Oficial do Estado, e da coletiva Paisagens Periféricas, na Livraria Cultura, em São Paulo. Em 2021, participou das coletivas O Trabalho e os Trabalhadores e 3 Mirares – Longevidade, na Unibes Cultural, em São Paulo. Em 2022 é contemplado no edital Revelando Territórios do Museu da Cidade de São Paulo. É licenciado em artes visuais pela Universidade Cruzeiro do Sul.
André Bontorim (Limeira, SP, 1994). Vive e trabalha na cidade de São Paulo. É artista e educador formado em artes visuais pelo Instituto de Artes da Unesp. Desenvolve seu trabalho no campo da pintura, principalmente em pequenos formatos, fazendo notações idiossincráticas da história da arte que tensionam diferentes temáticas da vida e formas de se ocupar uma superfície pictórica.
Binário Armada (Fortaleza, CE, 1979). É músico e, como artista plástico, atua com seu projeto Binário Armada. Foi selecionado para a Bienal de Arte Naïf do Sesc Piracicaba de 2020, participou da exposição São Paulo Invisível, em 2021, e, em 2023, foi destaque na SP-Arte e realizou sua primeira exposição individual em Fortaleza, na Galeria Leonardo Leal. Participou da Exposição Nordeste expandido: estratégias de (re)existir, entre os anos 2023 e 2024. Seu trabalho é construído com as linhas finas do desenho, trazendo referências regionais e expandindo-se para um contexto global interessado nas inclusões étnicas.
Bruno Novaes (São Bernardo do Campo, SP, 1985). Com licenciatura em arte pela Faculdade Belas-Artes de São Paulo e especialização em artes visuais pela Unesp, o artista trabalha entre artes visuais, poesia e educação, por meio da palavra e do desenho, como instalação, publicação e processos de encontro, reimaginando as formações do ser, suas subjetividades e agenciamentos. Seus principais trabalhos incluem O professor deverá ser o último a se retirar, mesmo nos dias de chuva (Temporada de Projetos do Paço das Artes); Intervalo (Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo); Alugo para rapazes (prêmio-publicação Lamparina Luminosa); escola de faz de conta (ProAC LAB) e Diário 366 (Centro Cultural dos Correios São Paulo e livro premiado pela LAB SBC/Paradoxa Cultural).
Caio Rosa (Rio de Janeiro, RJ,1992). Nascido na zona oeste carioca, é fotógrafo e pesquisador, vivendo e trabalhando em São Paulo. Cursou história na PUC-RJ. Seus estudos abordam metodologias e estratégias de acesso ao divino e mundos intangíveis, por parte de sua experiência cultural, através da fotografia, música, vídeo e instalação. Por meio da fotografia, procura refletir e se opor aos violentos processos da prática no decorrer da história, propondo novas formas de representação do corpo e da cultura negra, utilizando, através do processo de revelação e ampliação dos negativos, experimentos e a introdução de desenhos, escritos e mapas afetivos.
Charles Cunha (Governador Valadares, MG, 1991). Foi pela dança que iniciou sua carreira artística, onde trabalhou profissionalmente como bailarino, de 2012 a 2018, em diversos espetáculos de entretenimento infantil. Da inquietação com o corpo passa a desenvolver seus trabalhos, utilizando outras linguagens artísticas, como a pintura, a performance e o vídeo, sempre num tom irreverente e bem-humorado, espelhando-se nas personagens pop das mídias atuais.
Delfina Reis (Pelotas, RS, 1957). Vive em São Paulo. Mestre em ciência da arte pela UFF, bacharel em artes plásticas pela UFRJ, participou, entre 1973 e 2022, de 38 exposições individuais e diversas coletivas no Brasil, Espanha e França. Seus desenhos, gravuras, pinturas e esculturas mesclam a simplificação formal com a cor exuberante, num imaginário com ocasional senso de humor. Suas obras estão em coleções particulares no Brasil e no exterior, e em museus como o MALG, MARGS e MASC.
Evandro César (São Paulo, SP, 1987). Nascido e criado na zona leste da cidade, Cidade Tiradentes, é poeta, “pixador”, pintor e produtor cultural formado pelo Pronatec em iluminação cênica. Sua pintura de observação traz uma certa ingenuidade na construção das imagens, que vai ao encontro da verdade do seu discurso. “Com respeito, humildade e trabalho, venho conquistando meu espaço nas galerias de arte do país”, a partir de uma consciência inclusiva, que vem se espalhando no meio das artes.
João Szwec (São Paulo, SP, 1981). É ator formado pelo Teatro Escola Macunaíma. Participou dos grupos Confraria da Paixão, Paideia e Teatro Vento Forte. Atuou também propondo vivências sensoriais e artísticas para a primeiríssima e a primeira infância. Essa é uma parte da bagagem que, de alguma maneira, influencia seu fazer e sua produção no campo das artes visuais, com infinitos desenhos sobre variados suportes, principalmente do personagem tema da exposição.
Leo Sombra (São Miguel, RN, 1986). Mudou-se para São Paulo em 1998 e, em 2006, fez um curso profissionalizante na ONG ImageMágica, onde, por falta de recursos, começou a fotografar no formato pinhole, construindo imagens com câmeras sem lentes e papéis fotográficos vencidos. Documentou a cidade de São Paulo e sua periferia, assim como indivíduos à margem da sociedade, como portadores de deficiência visual, usuários de crack e moradores de rua. Incorporando o acaso e os defeitos oriundos do processo artesanal que utiliza para fotografar, Sombra desenvolve uma imagética intrigante e expressiva que, em certos momentos, nos remete a um universo estético muito particular, cheio de ruídos e impurezas transformadas em poesia. Em 2011, teve cinco de suas obras adquiridas pela Pinacoteca de São Paulo.
Liana das Neves (São Paulo, SP, 1981). Tem licenciatura em artes visuais pela Belas-Artes. Desde 2008, trabalha com arte e educação. Explora as linguagens do desenho e bordado com uma poética delicada, cheia de meandros e ironia contemporânea.
Luís Só (Sapucaia do Sul, RS, 1980). É artista multimídia e um dos cofundadores da Ouvidor 63, ocupação artística, onde residiu até o primeiro semestre de 2019, em São Paulo. Sua poética carrega influências da música, literatura, mídia, esquizofrenia e cultura afro. Atualmente, o artista é representado pela Fuzuê Galeria, participa do grupo Basa e, em seu ateliê, produz para sua próxima exposição, Domingo no parque, pinturas superpops e coloridas, carregadas de ironia e amor.
Marcelo Cipis (São Paulo, SP, 1959). Formado em arquitetura pela FAU USP, iniciou suas atividades como ilustrador editorial em 1977. Por mais de quarenta anos, transita por diversas linguagens, entre pintura, desenho, colagem, instalação e escultura. Em 1987 e 1988, realizou suas primeiras exposições individuais na Fundação Cásper Líbero e na Galeria Documenta, em São Paulo. Participou da 20ª Bienal de São Paulo (1989) e, em 1991, da 21ª edição do evento, com a instalação Cipis Transworld, Art, Industry & Commerce, onde criou um estande de uma empresa multinacional fictícia. Participou da Bienal de Havana (1991 e 1994). Entre suas exposições recentes, destacam-se as individuais Enjoy, na Bergamin & Gomide (São Paulo, 2021); A Maravilhosa Cipis Transworld, na Spike Art Quarterly (Berlim, 2017); e Marcelo Cipis & Thomaz Rosa, na BFA Boatos Fine Arts (Milão, 2016).
Mari Ra (Cotia, SP, 1996). Mari desenvolve uma pesquisa pictórica na qual se utiliza de contornos orgânicos, recortes e silhuetas para margear a figura e criar micronarrativas, transfigurando e renegociando elementos dentro de um repertório formal em blocos cromáticos que, muitas vezes, trazem o universo do circo para a tela. Atualmente é mestranda na Universidade Federal da Bahia (PPGAV/UFBA).
Oswaldo Ruivo (São Paulo, SP, 1995). Residente na cidade de São Paulo, Oswaldo cursou arquitetura na U.B.I., em Portugal, e é pós-graduado em design digital pela Faculdade de Belas-Artes de São Paulo. Ex-atleta do futebol, filho de angolano com brasileira, saiu de casa com dezesseis anos para jogar na Europa, onde morou por sete anos e desenvolveu sua paixão pela arte. Valendo-se da experimentação de materiais e de técnicas, e abusando de cores vivas para imprimir aglomerados de informações, a temática de suas obras deseja despertar a imaginação livre por parte de seus observadores. Seu cotidiano e suas vivências são expressos esteticamente por meio de traços irregulares, soltos, que muitas vezes fazem referência ao universo dos desenhos infantis. A rua com seus grafites e “pixos”, a força do caos e a bagunça das cidades grandes povoam a subjetividade poética do artista.
Paula Scavazzini (São José dos Campos, SP, 1990). Atualmente vive e trabalha em São Paulo. Sua pesquisa com a pintura passa por retratos, pinturas-objeto e instalações nos quais os personagens e objetos são marcados pela gestualidade e cores vibrantes. Quase como uma reminiscência do início de sua formação como arquiteta, suas obras frequentemente se relacionam com o ambiente no qual se inserem seja pela representação de espaços e seus detalhes, seja pela criação de “pinturas-objeto” que se camuflam no espaço expositivo.
Uberê Guelé (São Paulo, SP, 1992). Multiartista, de formação autodidata e popular, atua através das artes plásticas, cênicas e da literatura. Morador da extrema zona sul da capital paulista, trabalha com pintura, colagem, bonecos e máscaras, tendo o corpo diaspórico e a ancestralidade como tema central de sua pesquisa.
Ulysses Bôscolo (São Paulo, SP, 1977). Vive e trabalha na cidade de São Paulo. Estudou artes plásticas na FAAP, é mestre em poéticas visuais pela ECA USP, doutorando em poéticas visuais pela Unicamp e professor de gravura na Faculdade Santa Marcelina (FASM) desde 2019. Coordena, com inúmeros artistas gráficos, o Atelier Piratininga, em São Paulo.
Vulcanica Pokaropa (Presidente Bernardes, SP, 1993). Travesti formada em fotografia, mestra em teatro pela Udesc, doutoranda em artes pela Unesp, sua pesquisa aborda a presença de pessoas transexuais, travestis e não bináries nas artes do corpo. Integra a Cia Fundo Mundo de Circo, formada exclusivamente por pessoas trans. Performer, poeta, artista plástica e visual, e produtora cultural.