Data
25/10/2009 a 27/10/2009
O III Simpósio Internacional de Arte Contemporânea do Paço das Artes atenta ao fato que, nas últimas décadas, a experiência da arte migrou de um campo especÃfico de proposições artÃsticas para uma prática ampliada, que opera na convergência de linguagens e em diálogo com outras esferas do conhecimento. Hoje emerge a necessidade de reelaborar o sistema da arte à luz de novas indagações: como pensar as instituições em consonância com a visão fluida que caracteriza o nosso tempo? Como as instituições poderão criar novas configurações de ação frente à crise econômica? Quais os caminhos para se compreender a arte contemporânea em um mundo em que as imagens midiáticas têm se tornado cada vez mais presentes e impactantes? à possÃvel falar em economia criativa com referência a cultura e arte? à possÃvel, ainda, falar em sustentabilidade? Quais as prováveis saÃdas para as artes e seu sistema?
A partir dos anos 1970, a experiência da arte migrou de um campo de proposições artÃsticas especÃficas para uma prática desdobrada, ampliada, que opera na convergência de linguagens e em diálogo com outras esferas do conhecimento.
Nos anos 1980, observa-se um crescimento importante do mercado de arte ao lado de recrudescimentos estéticos, como foi o caso da Transvanguarda e da revitalização da pintura, em detrimento das práticas conceituais, em uma empreitada que pode ser relacionada com as questões econômicas da era Tatcher —Reagan.
Nos anos 1990, com padrões de referência aos pedaços, a produção artÃstica se rearticula ao mesmo tempo em que é inevitável a sua absorção pelo mercado. Observa-se uma corrida de curadores, instituições e galeristas em busca de organização para a manutenção de um sistema que se articula em função do capital. De um lado, exercita-se a conquista de novos espaços, ao mesmo tempo em que se combate a aceleração e a amnésia por meio de práticas que passam a reconsiderar possÃveis utopias: outras articulações e novos espaços, aonde ganham força artistas que trabalham com arquivos, com articulações em redes, enfim, com novas formas de agenciamento no campo da arte, tais como os coletivos e os trabalhos colaborativos.
Ao quase completarmos a primeira década do século XXI transparece a urgência de repensar o sistema da arte, novas formações e configurações de espaço, sua circulação, difusão e produção em função de dois fatores: a crise econômica que hora se impõe e a força das imagens da comunicação e da mÃdia no mundo contemporâneo.
Estas são algumas das proposições que o III Simpósio Internacional de Arte Contemporânea do Paço das Artes pretende investigar. As três edições do simpósio, se pensadas no conjunto, podem dar ao nosso público, composto de jovens artistas, teóricos, curadores, professores e jovens crÃticos uma idéia do que se fez e se pensou no campo da arte contemporânea nesta quase década de virada do milênio.
Diretrizes conceituais do simpósio
Ana Tomé, Angela Santos, Daniela Bousso, Daniela Kutschat, Fernando Oliva, Marcia Ribeiro, Martin Grossmann, Nelson Brissac e Priscila Arantes
Comissão cientÃfica
Miguel Chaia, Priscila Arantes, Priscila Farias e Tadeu Chiarelli
Desenvolvimento
Angela Santos, Daniela Bousso, Fernando Oliva e Priscila Arantes
Programação
25 de outubro, domingo
15h30 Ã s 16h
Abertura: Ronaldo Bianchi (Secretário de Cultura Adjunto), Daniela Bousso (Paço das Artes/MIS, SP) e Priscila Arantes (Paço das Artes/MIS, SP)
16h00 Ã s 17h30
Re-configurações no sistema da arte contemporânea
Palestrante: Rosalind Krauss (Universidade Columbia, NY)
Mediação: Márcio Seligmann-Silva (UNICAMP, SP)
Debatedoras: Daniela Bousso e Priscila Arantes
26 de outubro, segunda
Mesa I: 10h às 11h00
Espaços, intercâmbios e cooperação no âmbito da arte
Palestrantes: James Wallbank (Access-Space Lab, Sheffield) e Pep Dardanya (Can Xalant, Espanha).
Cases: Temporada na Temporada (Roberto Winter e Luiza Proença), Ocupação (Patricia Canetti/Canal Contemporâneo).
Mediação: Giselle Beiguelman (artista/PUC-SP)
11h30 Ã s 12h15: Debate com Marcos Moraes (FAAP, SP)
14h à s 15h: Comunicações
Julia Buenaventura V. de Cayses e Agnus Valente
Mediação: Rejane Cintrão
Mesa II — 15h30 Ã s 17h
Estratégias para tempos de crise: economia criativa
Palestrantes: Mike Stubbs (FACT, Liverpool) e Roberto Gomez de la Iglesia (Grupo Xabide, Espanha)
Mediação: Marcelo Araujo (Pinacoteca do Estado, SP)
17h45 Ã s 18h15: Debate com João Sayad (economista, Secretario da Cultura)e Patricia Canetti (Canal Contemporâneo)
Mesa III — 15h30 Ã s 17h
Imagem, arte e poder
*no auditório da Escola da Aplicação / USP
Palestrantes: Paulo Viveiros (Portugal) e Tadeu Chiarelli (ECA-USP)
Mediação:Dora Mourão (ECA-USP)
17h45 Ã s 18h15: Debate com Miguel Chaia (PUC-SP)
27 de outubro, terça
Mesa IV — 10h à s 11h
Confluências: Arte, tecnologia, indústria, design
Palestrantes: Nelson Brissac (PUC-SP) e Yacine Ait Kaci (Electronic Shadows, França)
Mediação: Polise De Marchi (SENAC-SP)
11h à s 12h: Debate com CÃcero Inácio Silva (University of San Diego, CA)
Mesa V — 14h à s 15h30
Redes sociais, arquivo e acesso
Palestrantes: Rogério da Costa (PUC-SP) e Alberto Lopez Cuenca (pesquisador de redes sociais/autorais, Espanha)
Mediação: Felipe Fonseca (pesquisador de mÃdia independente e software livre)
15h30 Ã s 16h30: Debate com Eugenio Valdes Figueroa (Casa Daros, RJ)
Mesa VI — 14h à s 15h30
Imagens contemporâneas e imagens da arte contemporânea
*no auditório da Escola da Aplicação / USP
Palestrantes: Lucia Santaella (PUC-SP) e André Parente (UFRJ)
Mediação: Gilbertto Prado (ECA-USP)
15h30 Ã s 16h30: Debate com Lucas Bambozzi (artista, curador)
17h15 Ã s 17h45: Comunicações
Daniela Maura Ribeiro, Santiago Rueda Fajardo e Rubiane Vanessa Maia da Silva
Mediação: Angela Santos
18h15 Ã s 19h: Encerramento com a comissão de diretrizes conceituais do Simpósio