EXPOSIÇÃO
A escuta e o olhar: travessias com Cildo Meireles
Visitação
De 09 de dezembro de 2025 a 25 de janeiro de 2026
Horário
Terças a sábados, das 11h às 19h; domingos e feriados, das 12h às 18h
Local
Paço das Artes
Rua Albuquerque Lins, 1345 – Higienópolis
Ingresso
Gratuito
A exposição A escuta e o olhar: travessias com Cildo Meireles, realizada pelo Instituto Olga Kos, busca revelar os resultados de um processo coletivo que nasce do diálogo entre o pensamento de Cildo Meireles e a prática dos participantes das oficinas do Instituto Olga Kos. A mostra propõe uma experiência sensorial em que ouvir, ver e tocar se misturam, permitindo que a criação surja do encontro entre diferentes percepções.
Ao abrir espaço para novas vozes e interpretações, a exposição convida cada visitante a construir seus próprios significados a partir da relação com as obras e com o ambiente. Assim, o propósito central é provocar uma travessia sensível, em que o olhar aprende a escutar, a experiência individual se conecta ao universal e cada pessoa pode, ainda que por um instante, transformar sua própria percepção em gesto criativo.
A exposição apresenta 22 obras, sendo quinze de Cildo Meireles e sete produzidas pelos participantes do Instituto Olga Kos. O público encontra três instalações, duas interativas e uma sonora, além de seis fotografias que registram o processo das oficinas. As obras exploram desenho, serigrafia, gravura em metal, colagem, arte gráfica, arte sonora, upcycling e técnicas mistas. As criações realizadas pelos participantes do OLGA-SP foram desenvolvidas em parceria com as instituições A Alternativa, APOIE e LARES. A exposição convida cada visitante a perceber novos significados que surgem no encontro entre experiência individual e ambiente coletivo.
Entre os destaques está a instalação Rir a água esparramada, inspirada em obras como Chove chuva e Rio Oir, em que a água é explorada em sua dimensão tátil, sonora e simbólica. A instalação sonora Tocar o vento com os ouvidos transforma a ideia do vento em matéria sensorial, tomando como referência Rio Oir e Babel. Já Ouvir é estar por aí propõe um exercício de atenção ao corpo e aos sons do entorno, inspirado também em Babel. A exposição oferece uma experiência imagética, sonora e sensorial que convida à imersão e à descoberta.
Cildo Meireles (Rio de Janeiro, 1948) é um dos artistas contemporâneos brasileiros mais importantes. Estudou com o artista peruano Félix Barrenechea, em Brasília (1963), e na Escola Nacional de Belas-Artes (1968), no Rio de Janeiro. Realizou sua primeira individual (1967) no Museu de Arte Moderna da Bahia. De 1971 a 1973, viveu em Nova York, onde participou da exposição Information, no MoMA, em 1970. Em 1975, foi um dos fundadores da revista Malasartes. Participou de várias bienais, entre elas a de Veneza (Itália), em 1976, 2003, 2005 e 2009; a de Sydney (Austrália), 1984; a de São Paulo (Brasil), em 1981, 1998 e 2010; e a Documenta de Kassel (Alemanha), em 1992 e 2002.
Realizou inúmeras exposições, entre as quais: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Brasil), 1975; Pinacoteca de São Paulo (Brasil), 1978 e2006; Magiciens de la Terre, Pompidou/La Villette (França), 1989; Institut Valencià d’Art Modern – IVAM (Espanha), 1995; New Museum, Nova York (EUA), 1999; Institute of Contemporary Art, Boston (EUA); Museu de Arte Moderna de São Paulo e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Brasil), 2000; Tate Modern, Londres (Inglaterra), 2008 – posteriormente apresentada no MACBA, Barcelona (Espanha), e no MUAC, Cidade do México (México), 2009; Centro de Arte Reina Sofía, Palácio de Velázquez, Madri (Espanha), 2013 – depois apresentada no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto (Portugal), 2013–2014; Pirelli Hangar Bicocca, Milão (Itália), 2014; National Center for Contemporary Art Cerrillos, Santiago (Chile), 2019; e Sesc Pompeia, São Paulo (Brasil). Em 2008, recebeu o 7º Prêmio Velázquez de Artes Plásticas e, em 2023, o Prêmio Roswitha Haftmann, em reconhecimento à sua trajetória artística.

