Rua Albuquerque Lins, 1345
Higienópolis
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EXPOSIÇÃO

Temporada de Projetos 2024 / 1

Visitação

19.07 a 06.10

Horário

Terça a sábado, das 11h às 19h; domingos e feriados, das 12h às 18h

Local

Paço das Artes
Rua Albuquerque Lins, 1345 – Higienópolis

Ingresso

Gratuito

A Temporada de Projetos é uma iniciativa de mais de duas décadas reconhecida por abrir espaço no circuito cultural para jovens artistas brasileiros.

Para a 28ª edição da Temporada de Projetos, as exposições foram organizadas em duas etapas, proporcionando, assim, uma melhor adequação do espaço arquitetônico para os artistas e projetos contemplados. Nesta primeira parte, o Paço das Artes recebe o projeto curatorial de Cadu Gonçalves e os trabalhos individuais dos artistas Julia Gallo e Dalber de Brito, selecionados pelo júri Renata Felinto, artista, pesquisadora, curadora e professora na URCA/CE; Renato Araújo da Silva, pesquisador, curador e professor na FAU USP/SP, e Mariano Klautau Filho, artista, pesquisador, curador e professor na UNAMA/PA.

28ª TEMPORADA DE PROJETOS

Fervor, com curadoria de Cadu Gonçalves, apresenta um diálogo conceitual entre as artistas Alice Lara e Paola Ribeiro. Tendo como suporte a pintura, a performance e o vídeo, são postos em tensão a voz, o corpo e a paisagem, em relação à terra em constante estado de ebulição e esgotamento.

Aguardente, projeto individual de Julia Gallo, traz figuras fantasmagóricas em recorte de papel e/ou rabiscadas em grandes suportes, evidenciando o aspecto febril da imaginação. A água e os gazes representados sugerem uma atmosfera enebriada para acessar os estados psicológicos da metamorfose humana. Julia teve entrevista e texto crítico escrito por Ana Paula Cohen.

TERRA TERRENO TERREIRO, de Dalber de Brito, fala de organização e disputas territoriais entre fluxos migratórios a partir da simbologia e materialidade dos cupinzeiros mineiros. Sob o domínio do afeto, “ruídos e roídos” interferem nas estruturas comportamentais da história do país, relacionando as colônias edificadas dos cupins e outros materiais deteriorados com as sociedades precarizadas pelo domínio colonial. Dalber tem entrevista e texto crítico elaborado por Jana Janeiro, com colaboração de Débora Rossi Fantini.

Sobre os artistas

Projeto de curadoria

Cadu Gonçalves (São Paulo, 1991) é curador e pesquisador, bacharel em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Em sua trajetória, destacam-se a curadoria de Osvaldo Carvalho Falsa simetria, exposta em São Paulo (Janaina Torres Galeria) e Londres (Embaixada do Brasil), por meio do Breeze London, prêmio concedido à produção do artista carioca (2023); ZL não é um lugar assim tão longe, de Erick Peres (Nova Fotografia 2023, MIS); Polígonos, pórticos, matéria e desejo (Janaina Torres Galeria, SP, 2021); e Pequenos vestígios de melancolia (Funarte, SP, 2019). Foi assistente de curadoria de Araetá: a literatura dos povos originários (Sesc Ipiranga, SP, 2023) e integrou o grupo de pesquisa para o catálogo Dos Brasis: arte e pensamento negro (Sesc Belenzinho, SP, 2023).

Alice Lara (Distrito Federal, 1987) criou-se nas cidades-satélites de Taguatinga e Vicente Pires. Sua pesquisa, na linguagem da pintura, investiga a representação de animais, suas relações com os seres humanos e como essas relações afetam ambos. Tem se definido como pintora-bicheira. Graduou-se em Artes Visuais, licenciatura e bacharelado, pela UnB, e é mestre em Poéticas Visuais pela ECA-USP. Premiada nos salões de Anápolis (2016) e Arte Pará (2012). Realizou individuais no Muna Uberlândia (2013), Cervantes Brasília (2013), ECCO (2014), Galeria Antonio Sibassoly, em Anápolis (2016), Paço das Artes (2019), Galeria Referência (2020), Centro Cultural São Paulo (2021) e galeria Asfalto, no Rio de Janeiro (2024). Sua obra foi adquirida para a coleção do Museu de Arte do Rio (2019).

Paola Ribeiro (São Paulo, 1986) é artista, cantora, pesquisadora, educadora e mestra em Poéticas Cênicas pelo Instituto de Artes da Unesp. Sua pesquisa se dedica a criar espacialidade por meio da experiência sonora gerada principalmente pelo uso do som da voz que se permite abstrair da palavra e da afinação, quebrando-se em imagens e borrando a temporalidade através dos diálogos que ela pode tecer entre corpo e espaço. Foi residente na Oficina Francisco Brennand em 2023 e participou de uma série de exposições coletivas e festivais, com destaque para letra [ ] imagem, no Instituto Goethe de Salvador (2023); VERBO, na Galeria Vermelho, São Paulo (2022); Ópera Citoplasmática, no MON – Museu Oscar Niemeyer, Curitiba (2022); e o festival Novas Frequências para a 34ª Bienal de São Paulo (2021).

Projetos artísticos

Julia Gallo (Rio de Janeiro, 1997) é artista visual, vive e trabalha em São Paulo. Seus trabalhos têm por procedimento central o desenho, seja como carvão riscando a tela, tesoura cortando papel ou mesmo sombras translúcidas projetadas no espaço. Gallo cria anatomias ficcionais que dão forma a estados de ânimo específicos, dissolvendo a suposta dicotomia entre corpo e alma. Em seus trabalhos, criaturas indizíveis e gestos indecifráveis são vistos em cenas densas e inflamadas, cuja sensação provoca, simultaneamente, sensações familiares e mistérios vitais.

Dalber de Brito (Sabará, 1981) é artista visual, com um percurso que passa por diferentes campos, da luteria ao cinema. Tal trajetória se reflete em criações que vão desde esculturas e instalações até videoperformance, tanto na execução das obras quanto em sua exposição. Sua pesquisa e produção são afetadas por seu corpo, preto, e seu território, a cidade mineira de Sabará, ao mesmo tempo um subúrbio e uma cidade minerária. A partir desse contexto, vem investigando as relações ambíguas na guerrilha de classes na sociedade contemporânea, com seus remanescentes coloniais.

Durante a abertura da exposição (19.07), às 17h30, acontecerá a performance artística “Eco”, executada por duas artistas que integram o projeto de curadoria Fervor: Paola Ribeiro e Alice Lara

Horário: 17h30 

Duração: 30 min, aproximadamente. 

Local: Espaço expositivo do projeto “Fervor” e Terraço do Casarão 

Classificação: Livre 

A artista vestida com uma indumentária feita especialmente para a ação, tem grandes unhas em acrigel e os olhos cobertos por uma prótese, que além de privá-la da visão, faz com que os olhos desapareçam do rosto. Move-se respondendo ao som de uma mesa de mixagem conectadas à caixas de som e do trompete também tocado durante a ação, num jogo de respostas sonoras, experimento vocal e estranheza. A proposição foi criada por Paola Ribeiro especialmente para Fervor e conta com a participação de Alice Lara, que além de pintora, é trompetista. 

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