Visitação
24/04/2007 a 20/05/2007
O artista apresenta a série Junções que problematiza a percepção de espaço e propõe surpreendentes junções entre estruturas de móveis de madeira — principalmente guarda-roupas. DaÃ, constroem-se interligações, cruzamentos e oposições.
A pintura de Paul Cézanne se desenvolveu, antes de mais nada, ao contato direto com a natureza e as percepções que ela proporciona. As cores e luzes da paisagem de Provença foram primordiais para a obra que ele construiu durante toda sua vida. Famosa pelos artistas que nela viveram, essa região do sul da França é conhecida pelos tons alegres que derivam de sua luminosidade. Embora diferente do clima tropical por causa dos ventos mediterrâneos, o verão de Provença, assim como a boa pintura lá realizada, é apreciado no mundo inteiro. Foi nessa mesma região que surgiu no século XVIII o chamado estilo Provençal. Ligado à decoração e ao mobiliário, trata-se de um estilo não tão refinado e nobre como os de Luis XV e XVI. Originalmente, é uma espécie de versão camponesa inventada pelos artesãos que, sem os mesmos recursos da corte parisiense, como folhas de ouro e madeiras de qualidade, se propuseram a copiar a decoração dos luxuosos palácios com um toque da alegria mediterrânea.No século XX o estilo Provençal virou moda e, principalmente nos anos 1950, móveis inspirados no gosto da França de dois séculos antes foram fabricados em grande escala, agora mais leves, resistentes e com um ar burguês. A sua difusão prosseguiu nos anos seguintes, e os móveis de estilo Provençal usados por Egidio Rocci em suas —Junções— possuem mais ou menos a idade do artista. Não chegam a ser peças raras, trata-se de um mobiliário padrão que foi selecionado por ele em casas de móveis usados. O estilo Provençal se popularizou no mesmo perÃodo em que a arte construtiva se consolidou no Brasil, e o trabalho de Rocci compartilha tanto dessa matriz construtiva quanto das linhas mais orgânicas que desfiguram sua rigidez formal.^