Visitação
20/05/1998 a 21/06/1998
Mônica nos convida a uma sala branca, cuja as paredes são pacientemente cobertas com 175 metros de linha bordada, obsessivamente, talvez. Ao completar o espaço criado, o nosso olhar completa a trajetória do tear: vai e volta em linhas paralelas, entrelaçando em fios brancos e e prateados.
Cada parede mil páginas. Ponto e vÃrgula, respiros. Pausa ao tempo fÃsico. Pausa ao tem o Ãntimo. Cada ponto bordado é um ponto batido, cravado e gravado pela máquina de costura. Operam sobre a continuidade e descontinuidade do tempo.
Cento e setenta cinco metros de pontos. Cento e setenta e cinco metros de tempo. A parede parece nos engolir no seu tempo e história. Tempo de isolamento e reflexão. Tempo do grande Ãntimo. O alfinete espeta nosso olhar. Instiga-o. Somos coadjuvantes deste tempo platinado. Labirinto. Onde é a saÃda? Ã o fim do novelo? Parte-se o fio de Ariadne. O pêndulo é interno. Um banco nos apara. Sentamo-nos.
Daniella Samad