Workshop “Procedimentos em Arte Contemporânea”

Em continuidade à exposição organizada para o projeto Zonas de contato, Paulo Climachauska ministrou um workshop destinado a interessados na discussão sobre poéticas e procedimentos na arte contemporânea. Se a exposição propõe uma zona de contato entre os trabalhos de Paulo Climachauska e Rafael Carneiro, no workshop esta zona é ampliada para estreitar as relações entre a experiência artística de Paulo e a dos 15 jovens participantes.Paulo desenvolveu o workshop a partir das questões levantadas pelo processo artístico de cada participante, considerando a amplitude dos procedimentos da arte contemporânea. Os jovens artistas apresentaram trabalhos que traziam diálogos entre a pintura, o desenho, a gravura, a fotografia e o vídeo. O ministrante apontou para a confluência das linguagens e a necessidade e/ou dificuldade de limitar os trabalhos à especificidade de uma mídia. Questionados sobre com qual linguagem cada artista se identificava, emergiu a discussão de que, na arte contemporânea, categorizar não interessa.Climachauska apontou para a importância do processo artístico e sua respectiva explicitação. Defendeu que, assim como o desenvolvimento do pensamento e da pesquisa constituem o trabalho em si, o portfólio também demanda o mesmo cuidado conceitual. Este deve buscar demonstrar o trabalho como um todo, destacando o processo, o funcionamento, a escala, etc. Desse modo, constitui-se imprescindível a documentação perante a efemeridade dos trabalhos contemporâneos. E, nesse sentido, Climachauska ressaltou as diferenças entre o registro e o trabalho em si.O artista nos fez repensar o circuito da arte contemporânea: as possibilidades de participação nos editais, as dificuldades de expor um trabalho e quais as relações de diálogo entre o trabalho e o espaço expositivo. No contexto da contemporaneidade, em que o acesso à informação é cada vez mais acelerado, Climachauska questionou a dificuldade de enfrentar um trabalho que se relaciona com algo que alguém já fez. E nesse contexto uma pergunta ressoa: como cada artista percebe seu papel social?

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